Dólar recua e mercado global influencia o desempenho do Ibovespa

O dólar iniciou a sessão desta sexta-feira (10) em queda, recuando 0,21%, cotado a R$ 5,3637 às 9h05, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h. O movimento ocorre em um dia com agenda econômica mais leve no Brasil, enquanto investidores monitoram dados internacionais e a movimentação política global.

Mercado local reage à derrota do governo na MP de compensação do IOF

Nesta semana, o governo brasileiro enfrentou um revés importante ao perder a validade da medida provisória que alterava tributos, incluindo aumento do IOF, e que buscava ampliar a arrecadação com vistas ao superávit em ano eleitoral. A votação foi liderada pelo Centrão na Câmara, com placar de 251 a 193, o que obrigará o Executivo a buscar alternativas para cobrir um rombo acima de R$ 30 bilhões no orçamento do próximo ano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo trabalha com várias opções para substituir a MP e que apresentará as alternativas ao presidente Lula, que decidirá os próximos passos. “Temos tempo para avaliar cada cenário de forma cuidadosa”, declarou Haddad.

Dados internacionais e o impacto nas bolsas globais

Com atenção voltada às negociações nos Estados Unidos, o sentimento do consumidor da Universidade de Michigan para outubro foi divulgado na quarta-feira, indicando cautela do público diante do cenário econômico. As tensões políticas no Japão e na França, aliadas ao fortalecimento do dólar, também afetam o real e os ativos brasileiros.

Na quarta-feira, o Senado dos EUA rejeitou propostas para reabrir o governo, marcando o nono dia de paralisação e reforçando a incerteza sobre uma solução. Os principais índices norte-americanos fecharam em queda: Dow Jones caiu 0,63%, S&P 500 recuou 0,40% e Nasdaq perdeu 0,27%.

Aspectos econômicos internos e indicadores

O IPCA de setembro, divulgado pelo IBGE, subiu 0,48%, sendo a maior alta mensal desde março, mas abaixo do esperado. O índice acumula 5,17% em 12 meses, refletindo principalmente o aumento na tarifa de energia elétrica residencial, que subiu 10,31% no mês após o fim do Bônus de Itaipu.

O setor de alimentação, artigos de residência e comunicação apresentaram quedas, enquanto habitação, vestuário, transporte e saúde registraram altas em setembro. O cenário inflacionário influencia as expectativas do Banco Central, que avalia manter a política de juros cautelosa.

Tensões políticas e ingredientes internacionais

No Japão, Sanae Takaichi, futuramente primeira-ministra, afirmou que a política monetária deve estar alinhada com os objetivos do governo, reforçando a cautela contra aumento prematuro dos juros. Sua posição favorece políticas econômicas mais flexíveis diante da inflação causada pelos custos de matérias-primas.

Na Europa, as bolsas operaram sem direção clara, pressionadas por propostas de tarifas adicionais sobre o aço importado e por instabilidades na França, que avalia mudanças na liderança do governo. Os principais índices europeus fecharam em queda, com destaque para o FTSE MIB, que caiu 1,59%.

Perspectivas para o mercado interno e externo

O cenário global de incertezas, combinado com a dificuldade do governo brasileiro em aprovar reformas fiscais, reforça o movimento de cautela entre investidores. Ainda assim, o mercado monitora o avanço de negociações políticas e indicadores econômicos internacionais, que podem influenciar a trajetória do real e dos ativos brasileiros na próxima semana.

Para acompanhar as movimentações e análises em tempo real, confira o site do G1.

Com informações do Jornal Diário do Povo

Share this content:

Publicar comentário