Desinformação e marcas: o desafio da transparência na era da IA
Em um cenário em que a desinformação se torna cada vez mais presente, especialistas alertam que as marcas precisam repensar seus espaços publicitários. Segundo Marcio Borges, publicitário e diretor-geral da WMcCann no Rio, é fundamental priorizar locais que garantam transparência e auditoria para proteger a credibilidade frente às táticas de manipulação e golpes virtuais impulsionados pela inteligência artificial.
O risco da desinformação na confiança das marcas
Diferentemente do universo político, a desinformação no mercado de marcas ainda é pouco estudada, mas não menos perigosa. Ela se manifesta por meio de golpes e fraudes que exploram a confiança dos consumidores, prejudicando a relação direta com as empresas. Casos de fraude envolvendo deepfakes, em que celebridades ou influenciadores são manipulados digitalmente, exemplificam o impacto real dessas práticas na reputação das marcas.
Fraudes crescentes e dificuldades de fiscalização
Dados da Reuters revelaram que, na Meta, cerca de 10% das receitas — aproximadamente US$ 16 bilhões (R$ 85 bilhões) — vêm de anúncios ligados a golpes ou produtos proibidos, muitas vezes apoiados na reputação de marcas legítimas. O sigilo das plataformas de anúncios hipersegmentados dificulta a auditoria independente, tornando o fenômeno ainda mais silencioso.
Disseminação de desconfiança: um efeito mais difícil de monitorar
Enquanto golpes diretos podem ser identificados relativamente rápido, a propagação de boatos e ataques difamatórios são mais difíceis de detectar, pois se manifestam ao longo do tempo. Um exemplo comum é a disseminação de notícias falsas sobre dificuldades de entregas por varejistas, que podem prejudicar a relação com clientes antes de qualquer tentativa de desmentir o rumor.
As motivações por trás dos ataques
Essas ações podem ter motivações concorrenciais ou ideológicas. Em um contexto polarizado, marcas que se posicionam politicamente acabam sendo alvos de ataques coordenados por meio de robôs e contas falsas, visando desestabilizar sua reputação.
Consequências para as marcas e estratégias de enfrentamento
O impacto da desinformação resulta na perda de confiança, que é transitória e precisa ser constantemente consolidada. Quando os consumidores deixam de confiar em uma marca, muitas vezes optam por alternativas, exigindo que as empresas entreguem o que prometem para manter a fidelidade.
O papel da inteligência artificial na aceleração do problema
A IA contribui para a disseminação rápida e difícil de detectar de conteúdos falsos, criando deepfakes, reproduzindo vídeos e áudios manipulados, além de facilitar a viralização de fake news por meio de robôs e contas automatizadas. Na recente edição do festival Cannes Lions, uma peça publicitária produzida por IA foi premiada, mas posteriormente retirada por ter sido reconhecida como conteúdo fraudulento, evidenciando o potencial de engano dessa tecnologia.
Reações das marcas e a importância da transparência
Muitas empresas já começam a agir, investindo em campanhas de desconfiança e reforçando a necessidade de espaços publicitários transparentes, com ferramentas que possibilitem auditoria e rastreabilidade. Assim, é possível cobrar responsabilidades de plataformas e diminuir o impacto de anúncios fraudulentos.
O futuro da publicidade diante da IA e da desinformação
O monitoramento contínuo das respostas geradas por chats de IA generativa se torna essencial, pois a falta de transparência pode facilitar a manipulação de informações sobre marcas. Investir na transparência e na credibilidade dos ambientes publicitários é, hoje, uma estratégia fundamental para enfrentar os riscos trazidos pela revolução tecnológica.
Para saber mais, acesse a matéria completa na O Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
Share this content:










Publicar comentário