Desaceleração no mercado de trabalho afeta mais mulheres, aponta dados do Caged

A desaceleração do mercado de trabalho ficou mais evidente nos dados de setembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na última semana pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Das 39.235 vagas perdidas em relação a setembro de 2024, 29 mil eram ocupadas por mulheres, o que representa 73,6% do total. Embora não seja possível afirmar com certeza que essas demissões tenham um viés de gênero, o dado reacende o debate sobre o preconceito no mercado de trabalho, especialmente ligado à maternidade, observa Janaina Feijó, pesquisadora da área de Economia Aplicada do FGV Ibre.

O impacto do preconceito de gênero nas vagas de emprego

Janaina avalia que a ampliação da licença-paternidade, aprovada nesta terça-feira pela Câmara, é uma medida positiva nesse contexto. O benefício, que passará de cinco para 20 dias de forma escalonada em quatro anos, pode ajudar a reduzir a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres. A medida reforça a necessidade de avançar na igualdade na divisão de responsabilidades familiares e laborais.

Segundo ela, idealmente, as licenças de paternidade e maternidade deveriam ser equivalentes ou compartilhadas, como acontece em outros países. Ainda assim, a nova lei representa um avanço para a paridade de empregabilidade. Existe uma percepção dos empregadores de que a mulher, em algum momento, interromperá sua carreira para ter filhos, o que impacta suas chances de crescimento profissional — um julgamento feito muitas vezes antes mesmo de qualquer experiência nesse sentido, afirma Janaina.

Desafios persistentes e desigualdade de gênero

A especialista destaca que o preconceito também se reflete na baixa representatividade feminina em cargos de liderança, apesar do maior nível de escolaridade das mulheres em relação aos homens. Isso tem um impacto perverso sobre a renda média feminina, aponta a pesquisadora, reforçando a necessidade de políticas que promovam a inclusão e a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.

Para conferir os dados completos, acesse o artigo completo no O Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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