Declínio dos late nights nos EUA desafia salários milionários

Os programas de late night nos Estados Unidos, que antes simbolizavam prestígio e altos lucros, enfrentam um declínio acentuado. Segundo analistas, atualmente nenhuma produção do gênero gera lucro, com o exemplo emblemático do cancelamento do The Late Show with Stephen Colbert pela CBS, que justificou perdas anuais de US$ 40 milhões (R$ 214 milhões).

Reduções e perdas na indústria do late night

Além da CBS, NBC e ABC também reduziram a grade de programação para quatro noites por semana, mesmo diante do descontentamento de estrelas como Jimmy Fallon. Em entrevista à O Globo, Fallon declarou: “Quero fazer cinco dias por semana. Eu amo fazer isso”.

Gigantes do late night continuam bem remuneradas

Apesar do cenário difícil, alguns apresentadores seguem entre os mais bem pagos da televisão americana. Jimmy Fallon e Jimmy Kimmel faturam cerca de US$ 16 milhões (R$ 85,6 milhões) por ano cada, enquanto Stephen Colbert recebe US$ 15 milhões (R$ 80,2 milhões), de acordo com a lista da Forbes.

Ao todo, os 25 apresentadores mais bem pagos nos Estados Unidos somam uma remuneração anual de US$ 582 milhões (R$ 3,11 bilhões). Esses valores ultrapassam os negociados por atores de séries de sucesso, evidenciando a importância ainda elevada de estrelas da televisão na economia do entretenimento.

Futuro incerto para o gênero e novas plataformas

Executivos do setor já alertam que a nova geração de apresentadores dificilmente herdará salários tão elevados. A pressão por cortes cresce, sobretudo após episódios como a renovação do contrato de George Stephanopoulos, do Good Morning America, por US$ 17 milhões (R$ 91 milhões) anuais, o que levou a demissões em massa na Disney.

Para o horizonte, plataformas como YouTube e podcasts oferecem modelos diferentes. Nesses formatos, os talentos investem em si próprios, muitas vezes assumindo riscos que, no passado, eram exclusivos dos programas tradicionais de TV.

Com informações do Jornal Diário do Povo