CPI do INSS: Hugo Motta sinaliza preferências para relatoria

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez uma nova sinalização aos líderes dos partidos de centro sobre a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS. Motta destacou que o escolhido para a função será uma pessoa de sua confiança, com um perfil “equilibrado” e que não seja extremista. Essa nova direção frustra o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que busca promover um opositor mais agressivo, mas que pertença a um partido de centro.

Possíveis candidatos e reações do PL

Após desistir da relatoria, o PL começou a articular a indicação de nomes como os deputados Mendonça Filho (União-PE) e Evair de Melo (PP-AL). No entanto, o senador Ciro Nogueira (PI), atual presidente do PP, já descartou a possibilidade de escolher um correligionário para o cargo. Ele afirma que a escolha do relator deve seguir o critério de confiança de Motta e será alguém que não tenha alinhamento nem com a esquerda nem com a direita.

“Hugo deve escolher alguém de centro, da confiança dele. É um direito dele essa escolha. Se ele pedir uma indicação, daremos, mas não há sinalização de que será alguém com afinidade à oposição”, declarou Ciro.

A decisão do PL de indicar um relator oposicionista visa desgastar os governistas, já que a relatoria tem um papel crucial na condução das investigações da CPI. O relator será responsável, por exemplo, pela elaboração do relatório final.

Composição e dinâmica interna do PL

Além das disputas pela relatoria, o PL está em meio a uma luta interna por vagas na CPI. O partido terá direito a seis vagas na Câmara, divididas em três membros titulares e três suplentes, mas uma das suplências será cedida ao Partido Novo, conforme acordo. Neste cenário, 11 parlamentares do PL já solicitaram oficialmente vagas, incluindo figuras como as deputadas Bia Kicis (DF) e Coronel Fernanda (MT), além dos deputados Zé Trovão (SP) e Nikolas Ferreira (MG).

Representação dos partidos de governo e da oposição

No contexto da CPI, a presidência ficará a cargo de um indicado pelo Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já declarou que trabalha para que o senador Omar Aziz (AM), líder do PSD e considerado aliado do governo, assuma a liderança do colegiado. O PL, portanto, busca enfraquecer a base governista e se consolidar na CPI.

Na federação PT-PCdoB-PV, uma das duas vagas titulares se destinará ao deputado Paulo Pimenta (RS), ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a outra vaga ainda não foi confirmada, mas já surgem nomes como o deputado Rogério Correia (MG) como possíveis candidatos. A suplência ficará a cargo do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

“O único certo na CPI, até o momento, é o Paulo Pimenta. Ele é experiente e bom de briga”, comentou Lindbergh.

Partidos da base indicam oposicionistas

Menos de 24 horas após a leitura do requerimento para abertura da CPI do INSS pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, as legendas começaram a indicar seus representantes. O PSD da Câmara, por exemplo, nomeou Sidney Leite (AM) como titular e Carlos Sampaio (SP) para a suplência. Leite é autor de um projeto de lei em resposta à crise do INSS e tem como foco investigar descontos indevidos em aposentadorias.

A expectativa é que os representantes do PSD atuem de maneira crítica em relação às medidas do governo Lula, tentando evitar que fraudes ocurram durante o processo.

O PP também já fez suas escolhas para o Senado, com o senador Esperidião Amin (SC) como titular e Luiz Carlos Heinze (RS) como suplente. Ciro Nogueira destacou que ainda há indefinições sobre as vagas da Câmara, mas confirmou os nomes para o Senado, reforçando que a composição da CPI deve se dar com um olhar crítico sobre as ações do governo.

“Ainda não temos os nomes da Câmara definidos. Mas, já sabemos que Amin e Heinze vão compor a nossa dupla do Senado”, afirmou Ciro Nogueira.

Com essa construção, a CPI do INSS promete ser um campo de batalha política entre a oposição e a base governista, refletindo a divisão entre os partidos no Brasil.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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