Correios registram prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025

Os Correios anunciaram um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, valor que representa mais que o triplo do registrado em todo o ano passado, de acordo com balanço divulgado na última sexta-feira (5). A situação financeira da estatal agravou-se ainda mais no segundo trimestre, com uma perda de R$ 2,6 bilhões entre abril e junho, quase cinco vezes maior do que o mesmo período de 2024.

Impacto das despesas e queda nas receitas

O resultado negativo foi agravado por um aumento de 74% nas despesas administrativas, que chegaram a R$ 3,4 bilhões, incluindo gastos com pessoal e precatórios. Segundo os Correios, parte do prejuízo está relacionada ao reajuste salarial de mais de 55 mil funcionários e ao crescimento das dívidas judiciais.

Ao mesmo tempo, as receitas da estatal caíram mais de R$ 1 bilhão no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. A maior queda ocorreu no segmento de encomendas internacionais, impactado pela chamada “taxa das blusinhas”, que aumentou a tributação sobre compras internacionais de até US$ 50.

Regras fiscais e retração das encomendas internacionais

Com a nova legislação aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as compras internacionais passaram a ser tributadas, incluindo uma alíquota de 20% de Imposto de Importação para produtos de até US$ 50, além de impostos estaduais (ICMS). Essa mudança provocou uma redução significativa no volume de encomendas internacionais, afetando diretamente as receitas dos Correios, que passaram de aproximadamente R$ 2,1 bilhões em 2024 para R$ 815,2 milhões até junho de 2025.

De acordo com a estatal, essas alterações nas regras tributárias ocasionaram maior concorrência e uma retração no segmento internacional, refletindo na queda de receita e na ampliação do prejuízo.

Plano de recuperação e medidas adotadas

Para enfrentar a crise financeira, os Correios lançaram, em maio deste ano, um plano de recuperação que prioriza a diversificação de serviços, expansão comercial, além da racionalização de despesas e redução de custos operacionais. Entre as ações previstas está a implementação de um Plano de Desligamento Voluntário (PDV), com expectativa de economia de até R$ 1,5 bilhão.

A estatal reforça que busca atrair apoio dos servidores para reverter o quadro atual. Segundo os Correios, o objetivo é equilibrar as contas por meio de uma combinação de aumento de receitas e controle de despesas, em um contexto de restrições financeiras que afetam o setor desde o início do ano.

Enquanto isso, o cenário financeiro da empresa permanece delicado, com dificuldades para substituir receitas tradicionais e lidar com a alta de custos, configurando um desafio importante para a estatal na busca por estabilidade econômica.

Com informações do Jornal Diário do Povo

Share this content:

Publicar comentário