Correios enfrenta crise financeira sem garantias de recuperação

Os Correios não terão aporte de R$ 6 bilhões do Tesouro, mas continuam negociando um empréstimo de até R$ 12 bilhões com bancos públicos e privados. A operação, que conta com aval do governo, avança mesmo sem garantias de que a recuperação será garantida e sem informações claras sobre o futuro da operadora postal.

Crise financeira e projetos de reestruturação

O novo presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, que assumiu em setembro, prepara um plano para reestruturação da estatal. Ainda assim, o cenário é de incerteza, sobretudo devido à perda de receita e à deterioração da operação. Nos primeiros meses do ano, a empresa perdeu R$ 2,2 bilhões em receita, fenômeno causado pela insatisfação dos clientes e pelo deslocamento para entregas privadas.

Impactos da redução de receita e mudanças no mercado

Além da crise interna, os Correios viram sua receita diminuir drasticamente desde 2024, devido ao fim da exclusividade nas encomendas internacionais — a ‘taxa das blusinhas’. Antes dominando toda a cadeia de transporte de compras internacionais, agora a estatal responde por apenas 24%. Empresas como Shein e Shopee passaram a transportar suas encomendas até o Brasil, ficando com a parte mais rentável.

Negociações com sindicatos e dificuldades operacionais

Segundo informações, a negociação com sindicatos está travada e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) será chamado para arbitrar a questão.

Desafios estruturais e riscos fiscais

Especialistas alertam que o momento é crítico. Marcus Pestana, da Instituição Fiscal Independente, avisou que “se o Tesouro der aval a um empréstimo num cenário de deterioração, isso vira um problema fiscal”. O destino da estatal é condicionado ao planejamento de privatização, que nunca saiu do papel, e às condições de mercado ainda desfavoráveis.

Problemas internos e necessidade de reestruturação

A partir do corte de custos e do encerramento de unidades pouco rentáveis, o Correios planeja fechar cerca de mil pontos de atendimento e reduzir seu quadro de funcionários em 15 mil, mantendo ainda assim aproximadamente 65 mil trabalhadores. O objetivo é enfrentar o quadro de perdas de liquidez, que impede a empresa de honrar contratos e realizar programas de demissão voluntária.

Perspectivas e riscos do empréstimo

O empréstimo solicitado ao mercado possui prazo de três anos de carência, o que, segundo o próprio governo, só é viável com o aval da União. Pestana reforça que, mesmo vendendo ativos e ajustando seu funcionamento, a situação financeira dos Correios deve permanecer difícil. A contínua perda de receita e a baixa competitividade dificultam a recuperação da estatal.

A incerteza por uma solução rápida e segura aumenta, enquanto o governo busca um equilíbrio delicado entre salvaguardar os interesses fiscais e dar suporte ao serviço postal essencial em um país de dimensões continentais.

Para mais detalhes, confira a matéria completa no Fonte original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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