Correios e sindicatos continuam impasse e TST tenta mediar negociação
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizará nesta segunda-feira uma nova tentativa de mediação entre a direção dos Correios e os representantes dos trabalhadores, após dois encontros sem acordo na semana passada. O principal ponto de conflito é o pagamento do vale-refeição ou alimentação de R$ 2.500, proposto pelos sindicalistas, enquanto a estatal alega incapacidade financeira devido à crise econômica.
Impasses nas negociações e propostas em discussão
Depois de duas reuniões conduzidas pelo TST que não resultaram em acordo, a direção dos Correios decidiu propor uma prorrogação do atual acordo coletivo de trabalho até 28 de fevereiro, mantendo o status quo e aguardando nova rodada de negociações. Após o vencimento do acordo, em julho, foram feitas prorrogações, incluindo cláusulas de reposição retroativa da inflação e adicional de 70% nas férias.
Por sua vez, os sindicalistas insistem na inclusão de um valor extra de R$ 2.500 no vale-refeição/alimentação, parcelado em duas vezes. Caso o movimento sindical aceite essa proposta, a orientação interna é pela suspensão da greve. Contudo, o sindicato apresenta divisão interna e a maioria deve rejeitar o acordo se não houver mudanças significativas na proposta da empresa até a nova assembleia.
Alternativas e estratégias dos Correios
Nesse cenário, a direção dos Correios define ainda a possibilidade de aceitar a suspensão da greve, caso os trabalhadores aprovem o pagamento do vale-peru, que foi cortado neste ano. Além disso, há negociações em andamento com bancos para um empréstimo de R$ 12 bilhões, com o objetivo de equilibrar as finanças da estatal e evitar uma paralisação mais severa.
Segundo informações do setor, a proposta de empréstimo contempla um prazo de 15 anos para pagamento, com três anos de carência e juros de 115% do CDI. A operação conta com garantias do Tesouro Nacional e visa sustentar a reestruturação financeira da companhia, incluindo uma previsão de reequilíbrio com cortes de gastos, fechamento de unidades e demissões voluntárias.
Atualização sobre as condições atuais
O movimento sindical está dividido, e as assembleias previstas para esta terça-feira deverão decidir se os funcionários aceitam a proposta ou se entram em greve. A decisão de greve, se confirmada, poderá ser arbitrada pelo TST, que já foi acionado para evitar uma paralisação nacional na próxima semana, com possíveis multas aos sindicatos que descumprirem as determinações judiciais.
Além do impasse salarial, os Correios vêm enfrentando pressões externas, como o aumento de importados chineses devido ao tarifão de Trump, e questões econômicas, como a tentativa de aprovação de um empréstimo de até R$ 20 bilhões junto aos bancos, necessário para viabilizar uma reorganização mais ampla da estatal. O governo também acompanha a situação, negociando junto ao Tesouro Nacional para assegurar o aval do financiamento.
Mientras os esforços continuam, o cenário para os Correios permanecerá delicado até a próxima rodada de negociações e as decisões das assembleias. O desfecho dessas tratativas pode definir o futuro da companhia e de seus mais de 100 mil empregados.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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