Copom mantém taxa Selic em 15% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (5) manter a taxa Selic em 15% ao ano, resultado que marca o maior patamar da série histórica em quase duas décadas. A decisão reforça o cenário de incertezas econômicas e inflacionárias enfrentado pelo país atualmente.
Manutenção da taxa Selic e impacto na economia brasileira
A manutenção da taxa refere-se à terceira reunião consecutiva em que o Copom optou por não alterar o seu valor. Em julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa estava em 15,25%. O atual nível de 15% é considerado o mais elevado desde então, refletindo as ações do Banco Central para conter a inflação.
O presidente do BC afirmou que o interesse é manter o controle inflacionário e evitar pressões adicionais sobre os preços, apesar das dificuldades econômicas causadas pelos fatores internos e externos. “A decisão visa preservar a estabilidade econômica diante das incertezas globais e domésticas”, declarou Roberto Campos Neto.
Juros reais posicionam o Brasil como segunda maior economia no ranking mundial
Segundo levantamento do MoneYou, os juros reais no Brasil—calculados pela taxa de juros nominal subtraída da inflação prevista para os próximos 12 meses—estão em 9,74%, mantendo a colocação de segundo maior no ranking mundial. A Turquia lidera com uma taxa de 17,80%, enquanto a Rússia ocupa a terceira posição com 9,10%.
O relatório destacou que o Brasil ainda enfrenta desafios inflacionários decorrentes de gastos governamentais e da instabilidade internacional, agravada pela guerra tarifária das tensões comerciais globais. A Argentina passou da 6ª para a 4ª posição, com um juro real de 5,16%, refletindo melhorias na política monetária do país.
Juros nominais do Brasil e comparação internacional
Na análise dos juros nominais—sem descontar a inflação—a taxa brasileira permanece em quarto lugar no ranking, com 15%. Países como Turquia (39,50%) e Argentina (29,00%) lideram a lista, seguido por Rússia (16,50%).
Veja os principais juros nominais em outros países:
- Turquia: 39,50%
- Argentina: 29,00%
- Rússia: 16,50%
- Brasil: 15,00%
- Colômbia: 9,25%
- México: 7,50%
- África do Sul: 7,00%
- Hungria: 6,50%
- Índia: 5,50%
Perspectivas futuras e cenário inflacionário
Especialistas apontam que, apesar da estabilidade atual, o cenário inflacionário ainda requer atenção do Banco Central, sobretudo diante das incertezas globais. A estratégia de manter a Selic elevada busca evitar aumento descontrolado dos preços e preservar o poder de compra do real.
O BC sinalizou que novas decisões dependerão do andamento da inflação e do cenário econômico internacional, sinalizando que a taxa de juros pode permanecer neste patamar por algum tempo. Analistas continuam monitorando os indicadores econômicos para prever os próximos passos da política monetária.
Para mais detalhes, acesse a notícia completa no G1.
Com informações do Jornal Diário do Povo
Share this content:










Publicar comentário