Copom mantém Selic em 15% pela terceira vez seguida, maior nível em 19 anos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, de forma unânime, manter a taxa Selic em 15% ao ano na penúltima reunião do ano. É a terceira vez consecutiva que o indicador permanece nesse nível, o maior desde 2005.
Estabilidade e sinais de perspectiva de redução de juros
Para Roberto Padovani, economista-chefe do BV, a decisão reforça uma autoridade monetária ainda bastante rígida, pois o BC optou por manter a Selic em sua maior cota desde 2004 e não sinalizou mudanças na estratégia nos próximos meses. “Isso é compatível com um cenário em que o BC só começaria a cortar juros em março do ano que vem”, afirma.
Cenários para a redução da Selic
Segundo Padovani, para que o BC inicie um ciclo de redução já no começo de 2025, seria necessário um reconhecimento mais claro de avanços na inflação corrente e nas expectativas de inflação. Embora haja sinais de melhora, ele observa que o Banco Central ainda não demonstra confiança suficiente na convergência da inflação para a meta.
Preocupação com inflação de serviços e cenário atual
Padovani destacou que, apesar do quadro econômico mais favorável, a autoridade monetária continua preocupada com a inflação de serviços, que está atrelada ao mercado de trabalho. No comunicado do BC, reafirmou-se que “os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o habitual”.
De acordo com o Boletim Focus desta semana, a mediana das projeções para o IPCA de 2025 é de 4,55%, apenas 0,05 ponto percentual acima do teto da meta, de 4,50%.
Perspectivas futuras para a política de juros
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, acredita que o ciclo de corte de juros só deve começar em março de 2025. Ele aponta que o cenário eleitoral do próximo ano tende a gerar maior estímulo econômico e pressão de atividade, o que limita a atuação do BC.
“Nosso cenário de Selic terminal para o próximo ano é de 12,5% ao ano, considerando o impacto das medidas de estímulo na atividade econômica”, afirma Sung.
Ciclo de alta de juros e evolução da taxa
Vale lembrar que o ciclo de alta iniciado em setembro de 2024 elevou a Selic em 4,5 pontos percentuais. Nas reuniões de julho e de setembro, o Comitê optou por não alterar a taxa, mantendo a estratégia de contenção inflacionária.
Especialistas ressaltam que, apesar das expectativas de queda, o Banco Central ainda aguarda maiores avanços na economia e na inflação para sinalizar uma mudança no perfil de política monetária.
Mais detalhes sobre as projeções e análises podem ser acessados no fonte original.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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