Copom mantém Selic em 15% e sinaliza estabilidade até 2026
Nesta quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da taxa Selic em 15%, indicando que não há previsão de redução até o final de 2025, mesmo diante de sinais de melhora na inflação e no câmbio.
Decisão alinhada à continuidade da política contracionista
Embora o BC tenha sinalizado uma possível suavização em seu discurso, analistas avaliam que a instituição continuará com uma postura resiliência, justificando a manutenção dos juros devido às pressões persistentes no mercado de trabalho, às expectativas de inflação e à situação da atividade econômica.
Segundo o C6 Bank, espera-se que o comunicado do BC troque a expressão “por período bastante prolongado” por “significativamente contracionista por período prolongado”, refletindo uma postura mais cautelosa, mas ainda firme.
“Apesar dessa melhora, o Comitê deve justificar a manutenção da taxa de juros diante do cenário marcado por desancoragem das expectativas de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, afirmou uma fonte do banco.
Sinalizações futuras e cenário de inflação mais benigna
Para o Bradesco, além da decisão, é importante observar os possíveis sinais dos próximos passos do BC, em um cenário com inflação mais controlada. As projeções do IPCA no relatório Focus recuaram de 5,1% para 4,8% em 2025 e de 4,4% para 4,3% em 2026. A cotação do dólar também apresentou melhora, caindo de R$ 5,60 para R$ 5,40.
Apesar dessas sinalizações de alívio, o banco destaca que a atividade econômica permanece resiliente e o mercado de trabalho segue apertado, justificando a manutenção de uma política monetária contracionista. O Santander também avalia que o BC reforçará a necessidade de manter os juros estáveis.
Expectativa de manutenção e possibilidade de corte em 2026
De acordo com Luis Otávio Leal, sócio e economista-chefe da G5 Partners, o Banco Central aposta em juros acima do neutro para combater a inflação. A curva de juros futuros indica que não há expectativa de corte na reunião da próxima semana ou na de outubro, mas há uma probabilidade de 23% de avanço para uma redução na reunião de dezembro e de 70% para janeiro de 2026.
Leal aponta que essa postura pode ser revista, mas, no momento, considera que a Selic ficará em 15% ao ano até o início de 2026, momento em que a redução poderia começar a ser discutida com base nos dados de inflação e atividade divulgados nas próximas semanas.
Decisão do Federal Reserve e impacto no cenário global
Na mesma semana, o mercado também aguarda a decisão do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos sobre os juros, prevista para quarta-feira. Com os últimos dados econômicos, a expectativa é de mais dois cortes de 0,25 ponto percentual, em outubro e dezembro, reforçando a tendência de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, semelhantes às projeções para o Brasil.
Segundo Leal, o mercado já considera esses cortes, com maior possibilidade de sucesso na redução entre 0,25 e 0,50 ponto percentual, influenciando a dinâmica das taxas globais e o câmbio brasileiro.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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