Copom mantém juros em 15% mesmo com apelos por cortes

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (11) manter a taxa básica de juros em 15%, o nível mais alto desde julho de 2006. A decisão seguiu a expectativa do mercado financeiro, que já previa essa estabilidade após o apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por cortes na taxa.

Decisão do Copom e sinalizações futuras

No comunicado divulgado após a reunião, o Banco Central indicou que os juros permanecerão neste patamar por um “período bastante prolongado” até alcançar a meta de inflação de 3,0%. Além disso, o BC afirmou categoricamente que considera o atual nível de juros suficiente para alcançar esse objetivo.

“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz o documento.

Pressões externas e internas por cortes

Apesar da decisão do BC, integrantes do governo têm cobrado uma redução na taxa de juros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou recentemente que o Banco Central “vai precisar começar a baixar os juros”. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também fez críticas públicas ao presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, indicado por Lula.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu a necessidade de cortes na taxa, mas destacou que a discussão ainda está em andamento. “Precisamos de serenidade para fazer a política adequada”, comentou Haddad.

Reforço na gestão do BC

Em entrevista à CNN, o presidente do Conselho de Administração do BC, Roberto Campos Neto, afirmou ter uma grande relação com Galípolo e defendeu o trabalho dele à frente do banco. “Estou próximo do Gabriel e acredito que ele faz um bom trabalho, especialmente na regulação de fintechs e na mudança de crédito imobiliário”, destacou.

Perspectivas e expectativas

A manutenção da taxa de juros consolidou a atual postura do BC, que busca equilibrar o combate à inflação com a cautela diante do cenário de incertezas econômicas. A expectativa é de que, após a divulgação da ata da próxima reunião, o mercado possa entender melhor os fundamentos que levaram à decisão e os próximos passos da política monetária.

O histórico de uma taxa elevada desde 2021 mostra a determinação do BC em manter a estabilidade econômica, mesmo com sinais de moderação na inflação, reforçando a prioridade de ancorar as expectativas inflacionárias.

Mais detalhes sobre a reunião e os fundamentos da decisão serão divulgados na ata, que deve esclarecer o cenário de cautela do banco central diante do cenário econômico global e doméstico.

Fonte

Com informações do Jornal Diário do Povo

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