Copom mantém juros em 15% e reforça cautela diante de cenário externo incerto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira (11/11) a ata da reunião de novembro, na qual reafirma a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão ocorre em um momento de elevada incerteza no cenário externo, especialmente devido às negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e ao aumento das dificuldades provocadas pelo shutdown nos EUA.

Cenário externo inseguro e atenção às negociações comerciais

Segundo o documento, o Copom entende que as negociações comerciais entre Brasil e EUA continuam como uma fonte de incerteza de curto prazo. Além disso, o episódio de shutdown (paralisação parcial do governo norte-americano), reforça as dificuldades de avaliar a conjuntura econômica global.

“Os riscos de longo prazo, como a política comercial norte-americana, a precificação adequada dos fundamentos econômicos e a elevação de gastos fiscais em diversos países, permanecem presentes. Quanto às fontes de incerteza mais imediatas, destacam-se as negociações entre Brasil e EUA e a condução da política monetária dos Estados Unidos, que ainda enfrenta dificuldades devido ao shutdown”, afirmou o texto do documento.

Manutenção da taxa Selic e ciclo de aperto monetário

Na ata, o comitê justificou a continuidade da Selic em 15% ao ano, que representa o maior patamar desde julho de 2006, período do fim do primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa foi a terceira manutenção consecutiva da taxa, após um ciclo de altas iniciado em setembro do ano passado, quando o BC elevou a taxa de 10,50% para 10,75% ao ano.

De acordo com o Banco Central, a decisão busca preservar a postura de cautela diante de um ambiente de maior risco e incerteza externa.

Impacto na economia brasileira

  • A atividade econômica do país segue moderada, refletindo a elevação da taxa de juros ao longo do último ano.
  • O aumento nos juros tem o objetivo de conter a inflação, ao tornar o crédito mais caro e reduzir o consumo e os investimentos.
  • Segundo o documento, as condições atuais indicam um cenário de desaceleração gradual na atividade econômica, com sinais mistos em alguns indicadores econômicos.

O texto destaca a importância de políticas fiscal e monetária alinhadas, reforçando a necessidade de que ambas sejam previsíveis, críveis e capazes de agir de forma contraciclica para estabilizar a economia.

Próximos encontros do Copom

As próximas reuniões do Comitê de Política Monetária estão agendadas da seguinte forma:

2025: 28-29 de janeiro, 18-19 de março, 6-7 de maio, 17-18 de junho, 29-30 de julho, 16-17 de setembro, 4-5 de novembro, 9-10 de dezembro.

2026: 27-28 de janeiro, 17-18 de março, 28-29 de abril, 16-17 junho, 4-5 de agosto, 15-16 de setembro, 3-4 de novembro, 8-9 de dezembro.

Para mais detalhes, consulte a fonte oficial.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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