Copom mantém a Selic em 15% ao ano pela terceira reunião consecutiva
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (5/11) manter a taxa básica de juros do país, a Selic, em 15% ao ano. A medida foi tomada de forma unânime pelos membros do colegiado.
Manutenção da política monetária restritiva
Esta é a terceira reunião consecutiva em que a Selic permanece neste patamar após sete aumentos seguidos, que elevaram a taxa ao maior nível desde 2006. A estratégia do BC de manter os juros elevados começou em setembro do ano passado, quando interrompeu uma sequência de cortes e elevou a taxa de 10,50% para 10,75% ao ano.
Decisão e perspectivas do BC
De acordo com o comunicado do Comitê, a decisão de manter a Selic em 15% reflete a estratégia de controle inflacionário, com o banco central afirmando que continuará adotando uma postura significativamente contracionista por um período prolongado. Segundo o texto, o BC seguirá vigilante na avaliação se essa política será suficiente para convergir a inflação à meta de 3% ao ano.
O documento também destacou que ajustes futuros na política monetária poderão ocorrer, e o colegiado não hesitará em retomar ciclos de aumentos de juros, caso julgue necessário.
Declarações do presidente do BC
Apesar da manutenção, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a autoridade monetária não está satisfeita com a alta da Selic, reforçando o compromisso de conduzir a política de forma a reduzir a inflação até a meta estabelecida. Sua declaração ocorre em momento de forte cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de membros de sua equipe econômica por uma redução dos juros.
Contexto da política de juros no Brasil
- A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação no país.
- O Copom é responsável por decidir sobre ajustes na taxa, visando conter a alta de preços.
- Altas na taxa tendem a desacelerar o consumo e os investimentos, além de elevar o custo do crédito.
- Projeções atuais indicam que a Selic deve permanecer acima de dois dígitos até o final do mandato do presidente Lula, em 2026, e também durante a gestão de Galípolo até 2028.
- A próxima reunião do colegiado está agendada para os dias 9 e 10 de dezembro.
Expectativas do mercado para os juros
Analistas do mercado financeiro, consultados no relatório Focus, projetam que a Selic fechará 2023 em 15% ao ano, sem expectativa de novos aumentos neste ano. A previsão para 2026 é de uma taxa de 12,38%, e para 2027, de 10,50%, permanecendo abaixo de dois dígitos até o final do mandato atual.
Segundo o levantamento, as estimativas indicam que a política de juros não deve ser reduzida drasticamente nos próximos anos, mantendo o cenário de juros elevados por um período prolongado.

Com informações do Jornal Diário do Povo
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