Copom confirma moderação na atividade econômica e mantém juros em 15%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmou nesta terça-feira (5/8) que a atividade econômica no país indica uma “certa moderação” de crescimento, com dados mistos entre os setores e indicadores. A avaliação foi divulgada na ata da última reunião do colegiado, realizada em 29 e 30 de julho, que decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, encerrando o ciclo de altas.

Atividade econômica em trajetória de desaceleração

De acordo com o documento, a atividade econômica apresenta sinais de arrefecimento, alinhados à política monetária contracionista adotada pelo BC. “As pesquisas setoriais mensais e os dados mais tempestivos de consumo corroboram uma redução gradual de crescimento”, destacou o texto. A moderada desaceleração é vista como parte do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda, além de contribuir para a convergência da inflação à meta.

O comitê também observou que essa moderação ocorre em um momento de sinais econômicos variados, com “dados mistos entre os setores e indicadores” — uma situação considerada natural em períodos de inflexão do ciclo econômico.

Mercado de crédito e de trabalho

Na análise do BC, o mercado de crédito tem apresentado uma “moderação mais nítida” em relação ao ciclo de expansão. “Observa-se um recuo nas concessões de crédito livre, aumento nas taxas de juros e na inadimplência”, informou o colegiado. Além disso, há um aumento na parcela da renda dedicada ao pagamento de dívidas pelas famílias, sinalizando um aprofundamento do fluxo de crédito negativo, caracterizado por maior pagamento do que contratação de novas dívidas.

Por outro lado, a diretoria do BC afirmou que o mercado de trabalho permanece “dinâmico”, com uma taxa de desemprego em nível histórico e suporte consistente ao consumo e à renda. “O mercado de trabalho tem dado bastante suporte ao consumo e à renda”, confirmou o órgão.

Impactos das medidas de crédito

O colegiado ponderou que algumas ações, como o crédito consignado privado a trabalhadores celetistas, têm apresentado impacto menor do que o inicialmente esperado pelos agentes de mercado. “Seguiremos acompanhando atentamente as próximas divulgações dos dados de crédito”, destacou o BC.

Perspectivas e recomendações

O Copom reforçou a importância de uma política fiscal e monetária coordenadas para assegurar a convergência da inflação. “Uma política fiscal que atue de forma contracíclica e contribua para a redução do prêmio de risco favorece a convergência da inflação à meta”, afirmou o documento. A manutenção da Selic em 15% ao ano deve vigorar pelo menos até a próxima reunião, com possíveis alterações dependendo do cenário econômico.

Segundo o BC, o mercado de trabalho continua robusto, sustentando o consumo, enquanto sinais de desaceleração indicam um esforço de equilíbrio entre inflação, juros e crescimento econômico. A expectativa é que os próximos meses tragam novas informações sobre a evolução da atividade e dos indicadores financeiros.

Mais detalhes e análises sobre o cenário econômico brasileiro podem ser acessados na fonte oficial.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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