COP30 no Brasil: incertezas em meio ao futuro climático

Realizada no Brasil, a COP30 reúne líderes mundiais e representantes de povos indígenas para discutir o aumento da temperatura global, que já supera 1,6°C em relação ao século XIX. O evento evidencia as contradições do enfrentamento às mudanças climáticas, com países ricos, muitas vezes responsáveis pelo problema, entrando em conflito com os mais vulneráveis.

Contrastes da COP30 e as incertezas do futuro climático

O evento mostra a disparidade entre os países, onde nações pobres enfrentam os efeitos devastadores do clima sem ter influência no seu agravamento, enquanto países ricos, como os Estados Unidos, se ausentam do Acordo de Paris, dificultando ações globais eficazes. Enquanto alguns participantes chegam de barco pelo Rio Amazonas, outros usam aviões particulares, simbolizando as desigualdades no combate ao aquecimento global.

Os interesses econômicos também se evidenciam, com os lobbies das grandes petrolíferas tentando neutralizar qualquer avanço na redução do uso de combustíveis fósseis. A presença de representantes de setores poderosos contrasta com a voz de cientistas climáticos, que alertam sobre cenários cada vez mais perigosos.

Impactos das mudanças climáticas e ações necessárias

Nos últimos dois anos, a temperatura global aumentou mais de 0,4°C, atingindo 1,6°C acima do período pré-industrial. Esse aumento, causado em parte pelo efeito do El Niño e pela redução dos aerossóis marítimos, intensifica eventos extremos como ondas de calor, secas e tempestades.

As mudanças nos oceanos ameaçam a biodiversidade e podem gerar o colapso da Circulação Meridional de Revolvimento do Atlântico (AMOC), com consequências catastróficas para o clima europeu e norte-americano, incluindo elevação do nível do mar por metros e eventos climáticos ainda mais extremos.

Expectativas para a COP30 e os desafios de limitar o aquecimento global

Estudos indicam que o mundo pode já estar entrando em um período de aquecimento de 1,5°C, o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, o que exige ações mais radicais de mitigação. Os principais temas do encontro, além de limitar o aumento de temperatura, envolvem o compromisso financeiro dos países ricos, que devem contribuir com pelo menos US$ 300 bilhões anuais até 2035, embora esses valores ainda sejam insuficientes.

A apresentação de novas contribuições nacionais (NDCs) mais ambiciosas é essencial para evitar um quadro catastrófico, mas o cenário permanece incerto dada a resistência de algumas nações e a forte influência dos interesses econômicos na agenda política climática.

Perspectivas e a esperança na luta climática

Embora a ausência dos Estados Unidos e as dificuldades de implementação comprometam os avanços, o fato de o tema estar em destaque nas agendas globais demonstra uma crescente mobilização. A continuidade das discussões e a pressão internacional são essenciais para tentar mitigar os efeitos das mudanças climáticas e evitar o ponto de não retorno, como o colapso da circulação oceânica e o aumento do nível do mar.

O futuro depende do compromisso conjunto de governos, empresas e sociedade civil, que precisam colocar a ação climática no centro das políticas públicas e das estratégias econômicas, garantindo assim uma resposta efetiva às urgências do clima.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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