Conectividade nas rodovias brasileiras ainda é lenta e desafiante

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apenas 47% dos 445 mil quilômetros das rodovias federais e estaduais no Brasil contam com cobertura 4G de pelo menos uma operadora. Quando se observa o 5G, de alta velocidade, o cenário é ainda mais precário: menos de 12% da malha rodoviária tem disponibilidade dessa tecnologia.

Desafios na expansão do 4G e 5G nas rodovias brasileiras

Embora nos centros urbanos a conectividade tenha avançado consideravelmente, a situação nas rodovias ainda é insuficiente. Segundo especialistas, o país precisa intensificar investimentos e aprimorar a regulação para se aproximar de países como Estados Unidos e México, onde cerca de 90% das vias já possuem conexão. Na Ásia, a China alcançou 80% de cobertura, enquanto a França planeja atingir 100% até 2027.

Esforços regulatórios e iniciativas em andamento

Para acelerar a expansão, a Anatel e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vêm trabalhando na implementação de novas regras e modelos de concessão. Uma delas prevê a obrigatoriedade do serviço de conectividade em trechos das rodovias federais, por meio de leilões de frequência, com prazo de até três anos para atingir 100% de cobertura em polos prioritários, como a BR-101.

O superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, Nilo Pasquali, afirmou que, em 2021, a Winity, do Fundo Pátria, havia arrematado uma frequência, mas devolveu a licença devido à inviabilidade operacional. Agora, há uma segunda tentativa e a expectativa de que os vencedores assumam a obrigação de conectar toda a extensão das vias federais.

Investimentos e parcerias para ampliar a conectividade

Empresas como a TIM, Vivo, Claro e others já sinalizaram interesse em ampliar suas redes de infraestrutura ao longo das rodovias. Segundo o diretor de Soluções Corporativas da TIM, Paulo Humberto Gouvêa, há planos para ampliar a cobertura de 7,6 mil km para 10 mil km de estradas até o final do ano. A iniciativa inclui melhorias na Via Dutra, que já apresenta 100% de cobertura nas áreas pavimentadas.

A conectividade nas rodovias possibilita a implementação de aplicações de IoT (internet das coisas), gestão de iluminação, câmeras de monitoramento e outros serviços que aumentam a eficiência operacional e melhoram a segurança de motoristas e comunidades locais.

Projetos e avanços em andamento

Desde 2018, a obrigatoriedade de conexão constante é uma cláusula contratual nas concessões rodoviárias. Segundo o diretor da Agência de Transportes, Felipe Fernandes Queiroz, há uma meta de ampliar a rede para 25 mil km até 2030, com esforços também de cooperação entre operadoras por meio de roaming e compartilhamento de infraestrutura.

Na prática, isso significa que, mesmo fora da área de cobertura de uma operadora, o motorista poderá permanecer conectado utilizando a rede de outra empresa, garantindo comunicação contínua. A expectativa é que, até 2027, a maioria das rodovias brasileiras esteja dotada de um nível mínimo de conectividade.

Impactos econômicos e regionais

A expansão da conectividade também é vista como um vetor de desenvolvimento regional, facilitando o transporte de cargas, o comércio e o acesso a serviços essenciais, como saúde e segurança. Empresas do setor de telecomunicações afirmam que o investimento na infraestrutura rodoviária é fundamental para suportar o aumento do tráfego de dados e a movimentação da economia brasileira.

O investimento contínuo em conexões de alta velocidade, aliado às regulamentações específicas, aponta para um futuro em que o Brasil possa reduzir suas desigualdades digitais e proteger sua mobilidade nas próximas décadas.

Para mais detalhes, consulte o fonte original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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