Concorrentes de olho no mercado sul-americano enquanto UE hesita no acordo com Mercosul
Com a União Europeia (UE) atrasada na assinatura do acordo comercial com o Mercosul, países que buscam expandir seus laços econômicos na América do Sul, como Japão e nações de Londres e Tóquio, aumentam a atenção para os recursos minerais e o potencial de mercado da região. A demora da UE, marcada pelo adiamento e resistência de países como França e Itália, reacende o interesse de rivais em ampliar suas atuações no momento em que o bloco europeu mantém a hesitação após mais de 25 anos de negociações.
Disputa por mercados e recursos sul-americanos
As tensões aumentaram após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter pedido que a UE demonstre mais coragem e assine o acordo, enquanto destaca que o Mercosul continuará buscando outras parcerias. Segundo analistas, o atraso europeu favorece a busca de alternativas por partes de países como Japão, que manifestaram interesse em aprofundar laços comerciais com o Brasil.
Japão interessado em acordo com o Mercosul
Yasushi Noguchi, embaixador do Japão no Brasil, declarou que seu país está “muito interessado em como as negociações entre UE e Mercosul vão evoluir” e reforçou a disposição japonesa de avançar em laços comerciais na região. Empresas japonesas competem direta e frequentemente com firmas europeias, tornando o interesse de Tóquio uma estratégia para ampliar sua presença em mercados estratégicos na América do Sul.
Regras e impasses na assinatura do acordo UE-Mercosul
Reunidos em Foz do Iguaçu, os líderes do Mercosul buscam respostas ao adiamento da assinatura do tratado por parte da União Europeia, que enfrenta resistência interna, sobretudo de agricultores na França e Polônia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, cancelou sua visita programada, mas enviou uma carta reafirmando o compromisso de assinar o acordo em janeiro de 2026, após dificuldades na obtenção de votos favoráveis.
O presidente Lula criticou a falta de vontade política dos líderes europeus, reforçando que o bloco sul-americano seguirá buscando novas oportunidades. “Sem coragem e vontade política, não será possível concluir uma negociação que se arrasta há 26 anos”, afirmou Lula. Enquanto isso, a Europa tenta diversificar suas parcerias, negociando acordos com países como Suíça, Noruega, Canadá e outros do bloco EFTA.
Impacto e perspectivas futuras
Especialistas estimam que o acordo UE-Mercosul poderia impulsionar cerca de 0,7% na economia do Mercosul até 2040, com ganhos menores para a Europa, mas com grande valor estratégico. A parceria buscada também promete ampliar investimentos europeus na região, impulsionar setores agrícolas e fortalecer a posição do bloco sul-americano no cenário global, especialmente diante do crescimento da presença da China na América do Sul.
O chanceler paraguaio Rubén Ramírez afirmou que o Mercosul está disposto a avançar mesmo com a incerteza europeia, destacando que “esses prazos não são infinitos”, sinalizando a necessidade de definir logo os rumos das negociações.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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