Conceito da cidade de 15 minutos transforma qualidade de vida urbana
Viver a cerca de 15 minutos dos serviços básicos da cidade é uma proposta que busca melhorar a qualidade de vida e diminuir o tempo gasto em deslocamentos diários. O urbanista Carlos Moreno explica como esse modelo, adotado em cidades como Paris, pode revolucionar o jeito de viver nas grandes metrópoles brasileiras e globais.
O que é a cidade de 15 minutos e como ela surgiu
Desenvolvido por Moreno em 2016, o conceito visa descentralizar serviços essenciais como saúde, educação, cultura e espaços públicos, garantindo acessibilidade em uma distância curta. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, foi a primeira a implementar essa ideia na prática, promovendo ciclovias, áreas verdes e revitalização urbana, como estratégia para reduzir o uso de carros e estimular a mobilidade ativa.
Impactos na mobilidade e na qualidade de vida
Segundo pesquisa da Rede Nossa São Paulo, um paulistano perde, em média, 2h46 por dia no trânsito. A cidade de 15 minutos propõe reequilibrar o uso do espaço urbano, priorizando lugares para as pessoas e promovendo uma rotina menos poluída e acelerada. “Mais lugares para as pessoas e menos para os carros” resume Moreno, que acredita que essa mudança reduz o estresse, aumenta o convívio social e valoriza o meio ambiente.
Princípios ESG e inclusão social
O conceito se encaixa perfeitamente com os princípios ESG, defendendo uma abordagem holística: social, econômica e ambiental. Moreno destaca que atividades locais promovem o empoderamento cidadão e a inclusão, especialmente em regiões periféricas e assentamentos informais, com o objetivo de combater a segregação socioespacial e melhorar as condições de moradia.
Desafios na implementação
O principal obstáculo é integrar a cidade de 15 minutos às políticas urbanas e garantir que a iniciativa seja pública, evitando interesses privados que possam gerar gentrificação ou segregação. Moreno reforça a importância de uma governança pública responsável e de políticas inclusivas, que atendam todas as regiões de forma equitativa.
Papel do setor privado e alcance global
Embora a responsabilidade seja pública, o setor privado pode colaborar de forma alinhada às políticas públicas. Investimentos no setor imobiliário, por exemplo, podem focar em moradias sociais e desenvolvimento sustentável. Países como França, Itália, Coreia do Sul e Estados Unidos já apresentam cidades que adotam esse conceito, com mais de 120 projetos europeus em andamento.
Perspectivas para o Brasil e América Latina
Moreno destaca que, apesar dos desafios, a experiência internacional sinaliza possibilidades de adaptação no Brasil e na América Latina. Países como Chile, Argentina, Equador e México já estão avançando em projetos de proximidade e urbanismo humanizado, trazendo esperança de que o conceito seja ampliado também por aqui.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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