China rejeita proposta do México de tarifa de 50% sobre automóveis

A China afirmou nesta quinta-feira que se opõe veementemente à proposta do México de impor uma tarifa de 50% sobre as importações de automóveis leves do país asiático. A resposta oficial veio após o governo mexicano apresentar um projeto de lei que visa proteger setores estratégicos, incluindo o automotivo, com tarifas elevadas, em meio às pressões comerciais dos Estados Unidos.

China responde à proposta mexicana de aumento de tarifas

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, declarou que Pequim “opõe-se de modo veemente a qualquer coerção de outros países para impor restrições à China sob diferentes pretextos”. Ele afirmou que o país defenderá seus interesses de forma determinada, ressaltando que a China valoriza a relação com o México e espera que o governo mexicano siga na mesma direção.

Impacto no comércio bilateral

Segundo Lin, a China é o maior exportador ao México sem acordo comercial, o que torna a proposta mexicana de tarifas ainda mais preocupante. Dados indicam que, em 2024, as vendas de veículos chineses ao México cresceram quase 10%, atingindo 30% do mercado de automóveis leves do país, um avanço significativo nos últimos anos.

Reação do México e objetivos da proposta

O governo mexicano apresentou o projeto de lei ao Congresso na última semana, em um momento de crescente pressão comercial dos Estados Unidos. A iniciativa prevê tarifas de até 50% para vários países sem acordos comerciais, incluindo China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia, com o objetivo de fortalecer a indústria local e substituir importações asiáticas.

O Ministério da Economia do México destacou que a proposta busca proteger 325 mil empregos estratégicos e promover a produção nacional, além de melhorar a balança comercial do país. O projeto também enfatiza que as tarifas estão dentro do limite permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e foram cuidadosamente selecionadas para evitar pressões inflacionárias.

Setores afetados e contexto internacional

Além do setor automotivo, setores como o têxtil, vestuário e siderúrgico também podem sofrer altos impostos, chegando a até 50%. Grandes marcas chinesas que vendem pela internet, por sua vez, também podem ser impactadas pelas novas tarifas. O projeto ocorre após o presidente americano Donald Trump ter pressionado parceiros comerciais a aumentarem tarifas sobre a China, numa estratégia de reforçar a indústria doméstica.

Se aprovada, a medida terá um impacto de aproximadamente US$ 52 bilhões (R$ 281 bilhões) nas importações mexicanas, representando cerca de 8,6% do total do comércio exterior do país. A iniciativa reforça a postura de proteção do governo de esquerda de Claudia Sheinbaum, que possui maioria no Congresso para aprovar a proposta.

Reações internacionais e perspectivas

A China, que considera a proposta mexicana uma forma de coercão, afirmou que o país continuará defendendo seus direitos e interesses. Especula-se que Pequim possa reforçar medidas de resposta caso o México implemente as tarifas, aumentando ainda mais as tensões comerciais na região.

O impacto dessa iniciativa mexicana também é observado no contexto das relações comerciais globais, com especulações de que outros países possam seguir o exemplo do México na tentativa de fortalecer suas indústrias diante das pressões internacionais.

Para mais detalhes sobre a posição da China, acesse a reportagem do Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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