Ceia de Natal mais sofisticada e acessível devido ao cenário de pleno emprego

O Brasil deve vivenciar uma das festas de fim de ano mais opulentas e acessíveis dos últimos anos, impulsionada pelo pleno emprego e pela queda de 14% no dólar em 2025. Com a conjuntura econômica mais favorável, a indústria alimentícia aposta em novos sabores, linhas premium e maior diversidade de produtos para a ceia de Natal, oferecendo pratos mais sofisticados sem elevar significativamente os custos.

Potencial de consumo e preços controlados

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo das famílias durante as festas deve crescer 15%, o maior desde 2015. O vice-presidente da entidade, Márcio Milan, destaca que, mesmo com o aumento de itens típicos da ceia, os preços subiram apenas 3,5% em relação ao ano passado, o menor percentual desde 2017. A menor pressão cambial e a antecipação de compras contribuíram para essa estabilidade.

Favorecimento de importados e produtos de maior valor agregado

Com o dólar mais baixo ao longo do semestre, supermercados e importadoras anteciparam pedidos de vinhos, azeites e outros alimentos típicos da celebração. Segundo Milan, a retirada da taxa de importação fez o preço do azeite cair em média 18%, ajudando a manter a qualidade sem elevar os custos finais.

A loja de delicatessen Planeta Sonho, na Zona Sul do Rio, já constatou aumento de 12,7% nas vendas de itens importados entre novembro e início de dezembro. O gerente Marcelo Maleh reforça que a queda do dólar permitiu manter os produtos de alta qualidade com preços similares aos do ano passado.

Novidades no mercado e diversificação de opções

A indústria também trouxe novidades para a temporada, como kits de carnes bovinas e de aves, além de novas versões de panetones, de 80 a 750 gramas, acompanhando a crescente demanda por tamanhos que atendem diferentes tamanhos de famílias e preferências. A BRF, proprietária das marcas Sadia e Perdigão, lançou recentemente uma linha de produtos natalinos incluindo um chester semidesossado recheado com farofa e opções práticas, como empanados de chester feitos para air fryer.

As marcas buscam explorar o público que pretende celebrar com sofisticação, sem abrir mão do custo-benefício. A Bauducco, por exemplo, aposta em produtos premium, lançando sabores de panetone com ingredientes especiais, além de embalagens menores e colecionáveis, ampliando o portfólio de presentes.

Impacto na tradição e tendência de consumo

Apesar do cenário mais favorável, o consumidor continua atento ao orçamento. Os preços de itens tradicionais, como castanhas, que representam as novidades de alta demanda no mercado, não apresentaram alta significativa, com variação de preços influenciada pela safra internacional e estratégias de importação mais eficientes.

O gerente de uma loja no Rio relata aumento na procura por cestas natalinas, especialmente de empresas, e aponta que a valorização do empregado e a melhora na economia têm incentivado as pessoas a comprarem mais cedo e com maior diversidade de produtos.

Perspectivas para o Natal de 2025

Com a inflação controlada e o câmbio favorável, o setor de alimentos planeja uma temporada de festas marcada pelo equilíbrio entre tradição e inovação. A expectativa é que o aumento no volume de vendas e a diversificação de produtos premium consolidem a temporada de Natal como uma das mais celebradas e acessíveis dos últimos anos.

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Com informações do Jornal Diário do Povo