Carne bovina nos EUA pode ser o próximo símbolo de inflação nos supermercados
Os preços da carne bovina nos Estados Unidos estão prestes a continuar sua escalada, atingindo novos recordes nos próximos meses, devido às restrições às importações brasileiras e ao baixo fornecimento de gado. A alta, que já dura oito meses, é resultado de uma combinação de fatores, incluindo tarifas comerciais e uma redução drástica no rebanho americano.
Restrição às importações e impacto na oferta
Segundo Darin Parker, presidente da Parker-Migliorini International LLC, o mercado enfrenta uma escassez de carne bovina, que deve fazer os preços subirem ainda mais. “Podemos ver uma escassez no mercado. Os preços poderiam se tornar o próximo problema de inflação nos supermercados, similar ao que ocorreu com os ovos no inverno passado”, afirmou Parker. Atualmente, as exportações brasileiras estão sob uma tarifa total de 76,4% para o mercado americano, dificultando a entrada de produto brasileiro.
Baixa oferta de gado e recordes de preços
Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS) revelam que os preços da carne bovina aumentaram pelo oitavo mês consecutivo, com agosto registrando a maior alta mensal em quase quatro anos. A redução no número de vacas processadas, que caiu quase 9% em relação ao mesmo período do ano passado, reflete o menor rebanho em décadas e uma recente proibição de compras de animais do México por preocupações sanitárias.
Reforço nas importações e ajustes no mercado
Para amenizar o impacto, os Estados Unidos aumentaram as compras de carne brasileira, que quase dobraram até julho, com o objetivo de suprir a demanda interna. Apesar disso, especialistas acreditam que essa estratégia pode não ser suficiente, pois as importações adicionais ainda não cobrem o volume perdido após as tarifas impostas por Trump em agosto.
“O Brasil está parcialmente fora do jogo como fornecedora de aparas de carne nesse momento, porque ninguém consegue arcar com os custos da tarifa de 40%”, explicou Parker, que também faz parte do comitê executivo da U.S. Meat Export Federation.
Perspectivas futuras e efeitos no consumidor
Com o aumento contínuo dos preços e redução dos estoques, há uma previsão de que os preços da carne continuem elevados, pressionando ainda mais o orçamento dos consumidores americanos. A Austrália, maior fornecedor após o Brasil, deve se tornar o principal beneficiário dessa tendência, com exportações aumentando 22% até agosto deste ano.
A situação deve se agravar à medida que os estoques acumulados antes das tarifas de agosto forem se esgotando, deixando o consumidor final cada vez mais vulnerável. Parker ressalta que a única consequência direta para o consumidor americano é o aumento dos custos e a possibilidade de escassez de carne no mercado.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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