Buffett se despede após décadas de liderança e filantropia

Nesta segunda-feira (10), Warren Buffett, um dos investidores mais influentes do mundo, divulgou sua última carta como CEO da Berkshire Hathaway, holding multinacional com sede em Omaha, Nebraska. Aos 94 anos, Buffett anunciou sua saída do comando da empresa que liderou por mais de cinco décadas, marcando o encerramento de uma trajetória que transformou a Berkshire em um gigante do mercado.

Legado de filantropia e investimentos

Reconhecido por seu talento nos investimentos e pelo seu compromisso com causas beneficentes, Buffett afirmou na carta que, após sua morte, os recursos remanescentes serão direcionados aos seus três filhos — Susie, Howard e Peter — dentro de um período de até dez anos. Ele já doou mais de US$ 58 bilhões para diferentes organizações, incluindo a Fundação Bill e Melinda Gates, focadas em educação, combate à pobreza, sustentabilidade, igualdade racial e de gênero.

Desde 2006, Buffett vem doando ações da Berkshire para entidades beneficentes, tendo como objetivo destinar 99% de sua fortuna a esses fins. Apesar de sua vasta riqueza, avaliada em US$ 149,7 bilhões (R$ 871,33 bilhões) neste ano, sua postura é de filantropia e responsabilidade social, o que reforçou sua reputação como um dos maiores filantropos do mundo.

Contribuições e legado empresarial

Buffett construiu sua fortuna com habilidade e visão de longo prazo, transformando a Berkshire Hathaway de uma empresa têxtil deficitária em um conglomerado avaliado em quase US$ 1 trilhão. Sob sua liderança desde 1965, suas ações tiveram uma valorização de mais de 5.502.000%, com uma taxa composta anual de 19,9%, quase o dobro do desempenho do S&P 500 no mesmo período.

Seu estilo de gestão ficou marcado pela disciplina, paciência e independência de raciocínio, valores que ainda rondam as discussões sobre o mercado financeiro. Sua postura conservadora se refletiu na recente estratégia da Berkshire, que passou a vender ações líquidas durante 12 trimestres consecutivos e a manter maior liquidez, com o caixa atingindo US$ 382 bilhões, o maior nível já registrado.

Expectativas para a última carta e transição de liderança

A aguardada carta de Buffett, prevista para esta segunda, deve abordar sua trajetória, filantropia e aspectos de interesse público, além de refletir sobre os desafios econômicos atuais. Investidores e analistas esperam mensagens sobre a transição de liderança, que será conduzida por Greg Abel, atual vice-presidente, após a saída oficial de Buffett.

Na última semana, as ações da Berkshire subiram cerca de 5%, demonstrando confiança no desempenho da companhia mesmo diante de um cenário de volatilidade nos mercados norte-americanos. O desempenho do conglomerado refletiu, especialmente, o aumento nos lucros de seguros e o forte caixa disponível.

Segundo Buffett, sua filosofia de vida e de investimentos continuará a orientar a Berkshire mesmo após sua saída, reforçando a importância de uma estratégia de longo prazo, disciplina e independência de pensamento — princípios que marcaram sua trajetória e consolidaram seu legado no universo financeiro e filantrópico.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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