Brasil negocia acordos com EUA para minerais estratégicos e tenta evitar tarifas sobre exportações

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Haddad, afirmou nesta semana que o Brasil está em negociações com os Estados Unidos para estabelecer acordos relacionados a minerais estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras, essenciais para setores como produção de baterias elétricas e inteligência artificial. A declaração foi feita em entrevista à BandNews, ressaltando a importância do tema na relação bilateral.

Minerais críticos e acordos de cooperação

Segundo Haddad, os Estados Unidos não possuem reservas significativas desses minerais e, por isso, buscam fortalecer parcerias com o Brasil.

“Temos minerais críticos e terras raras. Os EUA podem fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, explicou o ministro. O interesse dos americanos em minerais brasileiros já foi confirmado por representantes diplomáticos.

Impacto na economia e negociações em curso

De acordo com Haddad, os Estados Unidos estão interessados em firmar acordos que favoreçam a produção de itens essenciais para suas indústrias, principalmente relacionados à tecnologia e energia limpa. A iniciativa visa consolidar uma relação mais estratégica e garantir fornecimento de matérias-primas.

O governo brasileiro também trabalha em ações para minimizar efeitos de tarifas impostas pelos EUA, como o tarifão de 50% sobre produtos brasileiros, válido a partir desta quarta-feira (6). Em entrevista anterior, Haddad disse que o plano de contingência, que inclui créditos especiais e compras governamentais, já está pronto e será anunciado em breve.

Perspectivas e possíveis exceções

Haddad também revelou que há possibilidade de alguns produtos, além dos já consideradas exceções do decreto de Trump, serem poupados do tarifão até o dia 6. Ele afirmou que o governo continuará na mesa de negociações, mas que não aceitará condições que comprometem interesses nacionais.

“Ainda há chances de novas exceções até o dia 6. Nosso objetivo é buscar um entendimento que preserve nossos interesses”, declarou o ministro. Ele reforçou que o Brasil não aceitará acordos que prejudiquem sua soberania comercial, especialmente diante do contexto político envolvendo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF.

Negociações em fase final e cenário político

Geraldo Alckmin, vice-presidente e líder nas negociações com os EUA, destacou que o plano brasileiro envolve crédito com condições especiais e compras governamentais, estratégias que visam fortalecer setores afetados pela guerra tarifária. Alckmin afirmou que o plano está pronto.

No entanto, fontes próximas ao governo Lula dizem que as chances de um relaxamento na taxação de 50% permanecem remotas, e as equipes finais de análise estão fechando os detalhes do pacote de socorro, enquanto aguardam o desfecho das negociações com os EUA.

Atualizações e expectativas

Com o prazo se aproximando, o governo brasileiro mantém sua postura de resistência, garantindo que não fará concessões diante das condições atuais impostas pelos americanos. A semana será decisiva para definir o desfecho dessa disputa comercial que impacta vários setores do país.

Fonte: O Globo

Com informações do Jornal Diário do Povo

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