Brasil e EUA: avanços e desafios nas negociações após encontro entre Lula e Trump
O encontro recente entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Donald Trump indicou uma retomada do diálogo pragmático entre Brasil e Estados Unidos, mesmo sem o Brasil estar primeiro plano na agenda de Washington. Enquanto os EUA enfrentam o desafio de reconfigurar suas relações com a China, o Brasil aproveitou para tratar de temas nacionais como tarifas e sanções à Suprema Corte, pontuam especialistas.
Repercussões do encontro e impacto nas negociações
De acordo com Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, o fato de o encontro ter ocorrido é um sinal positivo em uma negociação ainda longa. “O Brasil está disputando agenda com diversos países, e o início de diálogos já é um bom sinal”, avalia. Benny Spiewak, especialista em direito internacional, reforça que os passos iniciais são importantes, mas que o caminho será complexo, com pedidos dos americanos relacionados à reavaliação de temas como bigtechs, tarifas para o etanol e terras-raras.
Perspectivas e possibilidades de acordos
Segundo o professor de Relações Internacionais da PUC-Rio, Carlos Frederico de Souza Coelho, os países não precisam concordar em tudo para avançar nas negociações. Para ele, o que ocorre é um reestabelecimento do pragmatismo e sinal de uma relação mais equilibrada, que esteve deteriorada por mais de duas décadas.
Aspectos políticos e estratégias internas
Leonardo Paz, do Ibmec, explica que o otimismo brasileiro tem um componente político, voltado ao fortalecimento de um discurso de retomada de boas relações e também ao público interno, especialmente ao Centrão. Lula também teria sinalizado temas como uma moeda alternativa para o comércio com Singapura e a colaboração na questão da Venezuela, o que poderá reforçar a narrativa de uma relação mais colaborativa.
Limites e foco nas negociações
Especialistas destacam que o Brasil tem pouco a oferecer nas negociações em termos de concessões, uma vez que já possui déficit comercial com os EUA. “O Brasil não tem grandes contenciosos comerciais e muitas demandas de Trump são inviáveis de atender”, afirma Coelho. Ainda, o especialista em relações internacionais menciona que o investimento brasileiro nos EUA, como a atuação da JBS, pode ser um elemento relevante nas próximas rodadas.
Cenário político e estratégias futuras
O resultado da reunião, que antes parecia adiar as negociações, sinaliza uma virada importante, avalia Paz. O discurso de otimismo do governo brasileiro também possui um peso político interno, buscando fortalecer o apoio ao presidente Lula diante de um cenário de negociações complexas a longo prazo.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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