Brasil ao Cubo mira crescimento no Minha Casa, Minha Vida com construção modular
A Brasil ao Cubo, pioneira na construção modular no Brasil e com participação da Gerdau e Dexco, anunciou planos de ampliar sua atuação no segmento do programa Minha Casa, Minha Vida. A estratégia é usar seu modelo de obras rápidas e com menor necessidade de profissionais para conquistar uma fatia maior do habitação social.
Modelo inovador de construção modular volumétrica
O método, conhecido como “o Lego da construção”, consiste em erguer prédios a partir de módulos produzidos em fábrica — geralmente em estrutura metálica e com cerca de 50 metros quadrados cada — que são transportados por caminhões para o local. Esses módulos já saem praticamente finalizados, permitindo encaixe e montagem ágil, com maior flexibilidade na metragem dos ambientes.
Primeiro projeto de grande escala no Minha Casa, Minha Vida
Em 2024, a Brasil ao Cubo vai construir um edifício de oito andares em Tubarão (SC), na sede da companhia, com um investimento de R$ 39 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV). Segundo Ricardo Mateus, fundador da empresa, será o primeiro grande projeto a utilizar esse formato no programa, que atualmente responde por projetos de menor porte, com dois andares.
O uso da construção modular permite que grande parte do trabalho seja feito em fábricas próximas, reduzindo o tempo de execução para seis meses, um quarto do tempo das obras tradicionais. A expectativa é de que projetos maiores, de até dez andares, possam ser realizados com esse método até 2027.
Benefícios econômicos e de mão de obra
Com custos médios de R$ 2,9 mil por metro quadrado, equivalente ao da construção convencional, a Brasil ao Cubo aposta também na diminuição da mão de obra especializada. Segundo Mateus, o uso de componentes padronizados, feitos em linha de montagem, permite reduzir custos em até um terço.
Além do menor tempo de execução, a empresa pretende fazer obras de dezenas de andares em metade do tempo necessário pelos métodos tradicionais, com metade do número de profissionais, simplificando a montagem. Segundo o CEO, essa abordagem é crucial para enfrentar o déficit habitacional no Brasil.
Investimentos e expansão da capacidade produtiva
A empresa planeja chegar a uma capacidade de produzir cerca de 4.000 unidades por ano até 2028, com uma nova fábrica no Sudeste ainda em planejamento. Atualmente, a fábrica em Tubarão produz o equivalente a 1.056 apartamentos por ano, mas há potencial de expansão.
O apoio financeiro de investidores é significativo. A Gerdau entrou no negócio em 2020 e detém 44%, enquanto a Dexco (antiga Duratex) aportou R$ 89 milhões, com participação de 19,9% por meio do fundo de venture capital DX Ventures.
Desafios do setor e o papel da construção modular
Segundo Lucas Machado, gerente do DX Ventures, a construção modular é uma resposta aos problemas de escassez de mão de obra na construção civil, onde a média de idade dos trabalhadores é de 39 anos. Com ambientes controlados e processos padronizados, o método torna-se mais atrativo para jovens.
Apesar de sua longevidade, a construção modular começa a ganhar força no Brasil, com empresas como Tecverde, Alea e SteelCorp atuando no mercado com propostas similares. De acordo com análise da consultoria McKinsey, avanços tecnológicos recentes podem viabilizar a sua adoção em escala industrial, enfrentando desafios como produtividade baixa, déficit habitacional e emissões de CO₂.
O relatório destaca que, apesar de existir há mais de 200 anos, a tecnologia está mais próxima de alcançar resultados relevantes graças à automação, dados e inovação. Assim, a construção modular pode desempenhar papel fundamental na reestruturação do setor.
[Fonte: Globo. Globo.oglobo.com](https://oglobo.globo.com/blogs/capital/post/2025/12/lego-da-construcao-brasil-ao-cubo-quer-dominar-o-minha-casa-minha-vida.ghtml)
Com informações do Jornal Diário do Povo
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