Banco Central mantém cautela e sinaliza corte de juros apenas em março

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, aponta uma melhora no cenário de controle da inflação no Brasil, com crescimento econômico perdendo força e sinais de inflexão no IPCA. No entanto, o mercado de trabalho ainda apresenta níveis elevados nos núcleos inflacionários, o que alimenta a cautela da autoridade monetária, explica Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV.

Responsável por avanços, inflação ainda gera preocupação

A ata demonstra um Banco Central extremamente cuidadoso na sua comunicação, destacando que existem riscos inflacionários relevantes. Segundo Padovani, os principais riscos atuais são a desancoragem das expectativas de inflação e o comportamento do setor de serviços. Como resultado, não há espaço para um corte imediato na taxa de juros, de acordo com a análise do documento. A expectativa é que o ciclo de redução da Selic comece apenas em março de 2026, permitindo que o BC avalie com mais precisão a trajetória da inflação.

Perspectivas para a política monetária

O debate sobre um possível corte na Selic em janeiro foi fortalecido na semana passada pela inesperada retração do PIB no mês de outubro, medida pelo IBC-Br, considerado uma prévia do crescimento econômico. Este recuo de 0,2%, contra expectativa de crescimento, reforça a previsão de início do afrouxamento monetário apenas no próximo trimestre.

Mercado ajusta projeções de inflação

Contudo, o mercado financeiro reduziu pela quinta semana consecutiva a projeção de inflação: o Boletim Focus trouxe a estimativa de 4,40% para 2,36%. Na semana passada, o IPCA alcançou 4,46%, dentro do teto da meta oficial, pela primeira vez em mais de um ano.

Condicionantes técnicas e conjunturais

De acordo com Miriam Leitão, na coluna publicada nesta segunda-feira, há condições técnicas e conjunturais que permitem ao Banco Central adiar o ciclo de cortes na Selic para o primeiro trimestre de 2026, sem comprometer o controle inflacionário. Assim, prevê-se que a política monetária permaneça restritiva até lá, com o início do afrouxamento aguardado para março.

Para mais detalhes, consulte o texto completo da análise de Miriam Leitão.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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