Banco Central detalha motivos para rejeitar venda do Master ao BRB

O Banco Central (BC) esclareceu nesta terça-feira os motivos que embasaram a rejeição da venda do Banco Master ao BRB, operação anunciada em março e que foi impedida recentemente pela autoridade monetária. Segundo o BC, o veto ocorreu devido a questões relacionadas à estabilidade do sistema financeiro e às condições formais do processo.

Motivos para a rejeição do negócio com o Banco Master

De acordo com o BC, entre os principais fatores estão o risco de sucessão e o temor de que o BRB seja cobrado por ativos do Master que não seriam adquiridos pela instituição pública. Segundo interlocutores, o risco de sucessão refere-se à possibilidade de o banco estatal assumir responsabilidades por ativos que ficariam fora do controle direto.

Além disso, o banco privado enfrenta problemas de liquidez devido a uma estratégia de negócio questionada pelo mercado. O Master captava recursos por meio de emissão de CDBs com retornos elevados, apoiados por ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas em crise.

Outro ponto importante destacado pelo BC foram as questões formais envolvidas na instrução do processo. Ainda assim, a direção do BRB avalia que há possibilidades de retomar as negociações em um novo formato.

Reação do BRB e perspectivas futuras

O BRB, que permanece interessado em adquirir ativos do banco de Brasília, afirmou que só poderá avaliar uma nova proposta após receber integralmente as justificativas do BC. A operação previa a aquisição de 58,04% do capital do Master, o que representava cerca de R$ 24 bilhões em ativos, metade do valor inicialmente previsto.

Segundo fontes próximas às negociações, a configuração do negócio envolvia a manter as estruturas das empresas separadas, com compartilhamento de governança e expertise, além de sinergias estratégicas e operacionais.

Reuniões e reação oficial

O presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, esteve nesta terça-feira no BC para reuniões separadas com o presidente da autoridade, Gabriel Galípolo, e outros diretores. Ainda não há um posicionamento oficial sobre possibilidades de retomar ou reconfigurar a transação.

Especialistas indicaram que a oposição do BC visa evitar sinais negativos ao mercado e envolvimento de empresas públicas em negócios com riscos elevados. Segundo a análise de analistas, a rejeição busca preservar a estabilidade do sistema financeiro brasileiro e evitar riscos de impacto maior.

Alternativas e próximos passos

O banco privado, diante do veto, busca alternativas para a sua liquidez e estratégias de crescimento, enquanto o BC mantém sua posição de fortalecer a estabilidade do sistema financeiro nacional. A expectativa é a de que novas negociações possam ocorrer futuramente, em condições mais alinhadas às exigências regulatórias.

Para mais detalhes, confira a análise completa no fonte original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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