Banco BRB busca alternativas após veto do BC à compra do Banco Master
Um dia após o Banco Central (BC) vetar a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), a instituição estatal ainda busca alternativas para manter sua proposta de aquisição, segundo fontes próximas à negociação. As opções, porém, são consideradas complexas e exigiriam rápida decisão para evitar intervenção no banco de Daniel Vorcaro, controlador do Master.
Alternativas em andamento diante do veto do BC
Após a rejeição anunciada na noite de quarta-feira, sem detalhes específicos, o BRB manifestou ao mercado a intenção de manter a operação, deixando a porta aberta para uma nova tentativa de adquirir 49% do Banco Master. “O banco demonstra interesse em retomar as negociações, embora reconheça os riscos envolvidos”, afirmou uma fonte familiarizada com o processo.
Reação do mercado e impacto na avaliação do banco
Na véspera do veto, as ações do BRB sofreram forte impacto, com queda de até 17,29% nas ordinárias e de 14,18% nas preferenciais. No pregão seguinte, os papéis mostraram reação moderada, encerrando em baixa. Em uma única sessão, o banco perdeu R$ 340 milhões em valor de mercado e agora é avaliado em R$ 5,06 bilhões, com volume de negociações quase triplicado.
Opções e obstáculos para a continuidade do negócio
Analistas apontam que uma alternativa possível seria o BRB ampliar sua oferta, focando na aquisição de outros ativos do Master, como o Will Bank, considerado mais seguro. No entanto, essa estratégia enfrenta dificuldades, pois o regulador entende que há risco de passivo também ser transferido ao BRB, caso a operação envolva ativos problemáticos.
Questões políticas e o risco de intervenção
Segundo fontes, a movimentação política e o envolvimento de dirigentes influentes, incluindo figuras próximas ao Centrão, tiveram peso na decisão do BC de rejeitar a operação. De acordo com interlocutores, uma intervenção direta na instituição privada, que poderia bloquear ativos e controladores do Master, não está descartada em caso de agravamento da crise de liquidez.
O futuro da operação e as possibilidades de recurso
Recorrer judicialmente contra a decisão do BC parece improvável, pois o veto foi aprovado pela diretoria colegiada, sinalizando que o caminho mais provável é uma nova tentativa de oferta, possivelmente com escopo menor. Algumas fontes indicam que o BRB poderia propor uma aquisição apenas do Will Bank, que apresentaria menor risco para o regulador.
Contexto político e influência nos negócios bancários
O caso ganha contornos também pela proximidade de Daniel Vorcaro com políticos, além de pressões do Centrão e o movimento no Congresso para alterar regras de autonomia do BC. Deputados de partidos como MDB, PP, União Brasil, PSB, PL e Republicanos têm pressionado por maior controle sobre o órgão regulador, o que pode influenciar futuras ações do BC.
Perspectivas futuras e riscos adicionais
O BC pode decidir por uma intervenção, bloqueando ativos e controladores, o que obrigaria o BRB a buscar alternativas em um cenário de liquidez agravada. Caso decida seguir adiante com o negócio, o banco teria que navegar por um ambiente de alta instabilidade regulatória e política, tornando a operação mais desafiadora.
Para acompanhar as atualizações sobre o caso, acesse a matéria completa no Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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