Balance de 2025 revela retrocessos e oportunidades perdidas no Brasil
O balanço de 2025 indica um cenário decepcionante para a economia e a política brasileira, caracterizado por estagnação e decisões que agravaram os retrocessos. O crescimento do PIB deverá fechar com 2,3%, desempenho superior a 2024, mas distante do ritmo necessário para promover avanços estruturais.
Economia estagnada e desafios macroeconômicos
Nos últimos meses, a demanda interna praticamente parou de crescer, impactando a geração de empregos e o investimento. Segundo especialistas, a oposição ao crescimento sustentado reflete um quadro de incerteza que afeta tanto consumidores quanto empresários.
Embora o governo tenham adotado estímulos mais modestos devido ao controle fiscal, medidas de crédito subsidiado aumentaram 0,9 ponto percentual do PIB, impulsionadas por iniciativas de crédito governamental. Entretanto, os excessos fiscais de anos anteriores cobraram preço, elevando a inflação e forçando o aumento dos juros pelo Banco Central entre setembro de 2024 e junho de 2025. Como consequência, a economia perdeu fôlego, com a inflação encerrando o ano em 4,3%, abaixo do previsto e do teto da meta.
Fatores externos ajudaram, mas os ganhos foram limitados
O setor externo contribuiu positivamente para o controle inflacionário, com a baixa na inflação global e a valorização do real. A queda do dólar e a deflação na China ajudaram a reduzir as pressões de preços, permitindo uma taxa básica de juros em 15% ao ano e uma inflação controlada.
Retrocessos políticos e decisões de governo
O panorama também foi marcado por retrocessos na esfera política. A utilização de ganhos políticos, como a eleição de Lula após o impacto do tarifão de Trump, não se traduziu em avanços na gestão pública e na condução de reformas estruturais.
O orçamento de 2026 reforçou esse quadro, com foco em aumento da arrecadação, sem medidas sólidas para conter o crescimento dos gastos públicos. Além disso, o governo priorizou ações eleitorais, elevando o nível de emendas parlamentares e favorecendo a liberação de recursos de forma populista.
Paralxis do Legislativo e ameaças institucionais
O Congresso permaneceu sem protagonismo na pauta de reformas essenciais, especialmente na área fiscal e administrativa. Medidas importantes, como a reforma do IVA, continuam pendentes de aprovação, enquanto iniciativas de interesse próprio ganham destaque, como a aprovação do uso do Fundo Social do pré-sal para financiamentos rurais e aposentadorias especiais, que dificultam o ajuste fiscal.
O STF também sofreu desgaste sério, com crescente desconfiança pública devido às decisões monocráticas e à perda de credibilidade dos seus membros. Essa crise institucional reforça o sentimento de desânimo na sociedade e aumenta os riscos de maior instabilidade política.
Consequências e perspectivas para o país
O sentimento geral de cansaço e descontentamento é justificado pelo fracasso em consolidar avanços e por uma postura que favorece interesses de curto prazo em detrimento de mudanças profundas. A sociedade brasileira enfrenta, assim, um ciclo de perdas e interesses travados em uma arena política marcada por desarmonia e disfunções.
Segundo o artigo da Coluna do O Globo, o ano reforça a necessidade urgente de uma virada estrutural para que o Brasil possa retomar o crescimento sustentável e fortalecer suas instituições.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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