Areia, no Brejo Paraibano, aposta no cultivo de café arábica

Desde 2018, o campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) localizado em Areia, no Brejo Paraibano, vem desenvolvendo estudos sobre o cultivo de café arábica na região. Os pesquisadores analisaram 21 variedades de Minas Gerais e obtiveram resultados considerados muito positivos, com rendimentos superiores à média nacional.

Cultivo de café no Brejo Paraibano ganha força

O professor Guilherme Silva de Podestá, que lidera o projeto, explicou que algumas variedades produzíram até 45 sacas por hectare, índice significativamente superior às 27 sacas da média brasileira registrada no último ano. Segundo ele, o clima diferenciado do Brejo, que apresenta terras altas e temperaturas amenas, favorece o cultivo do café, especialmente com investimentos adequados em irrigação.

Recuperando a tradição cafeeira

Histórica referência na cultura do grão até o século XIX, a região do Brejo Paraibano perdeu espaço na cafeicultura após ataques de cochonilha. No entanto, o potencial de retomada tem despertado o interesse de produtores como Guimarin Toledo, que, em 2018, iniciou um plantio experimental na propriedade em Alagoa Grande, com 200 mudas doadas em projeto universitário. Hoje, ele conta com 2.000 pés e planeja expandir sua produção, incluindo secagem e torra.

“Os 200 pés se transformaram em 2.000, e a primeira colheita será em junho. Pretendo montar uma estrutura para secagem e futuramente investir em torrefação”, afirmou Toledo, que é também estudante de agricultura na UFPB.

O papel da pesquisa e a expectativa para o futuro

Mais de 39 produtores utilizam atualmente variedades de arábica estudadas pelo Núcleo de Estudos em Cafeicultura da universidade, que já distribuiu cerca de 40.000 mudas. Os estudantes envolvidos nos estudos estão otimistas com o potencial da região, o que pode consolidar o Brejo como polo de produção de café de alta qualidade.

Em setembro de 2024, a marca “Grãos da Parahyba”, criada por estudantes da UFPB, entrou na fase final de registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Quando aprovada, a marca deverá ajudar a promover ainda mais o café produzido na região.

Perspectivas de retomada e desenvolvimento regional

Especialistas destacam que esses estudos e iniciativas representam uma possibilidade real de revitalização da cultura cafeeira no Brejo Paraibano, que, atualmente, busca diversificar sua economia agrícola e valorizar suas tradições agrícolas. Com suporte tecnológico e investimento, a região pode se consolidar como um novo polo de produção de café no Brasil.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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