André Esteves mira participação na Cosan para ampliar controle

O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, vem mostrando forte interesse em adquirir uma participação na Cosan, grupo brasileiro atuante nos setores de agronegócio, energia, óleo e gás, além de logística. Segundo apuração do GLOBO, as negociações indicam uma possível entrada de Esteves como co-controlador ou acionista relevante na companhia, cujo maior acionista é Rubens Ometto.

Movimentações no mercado e potencial de investimento

Fontes próximas às negociações afirmam que Esteves tem disposição de investir na Cosan por meio de fundos geridos pelo banco, mas também não descartam a possibilidade de um aporte direto de recursos próprios. A operação poderia fortalecer a presença do BTG na subsidiária Raízen, distribuidora de combustíveis, etanol e açúcar, comandada por Ometto, que detém atualmente 36% das ações e é presidente do conselho da empresa.

Se concretizada, a entrada de Esteves na Raízen representaria uma alavancagem estratégica na companhia, que atualmente enfrenta desafios financeiros e uma dívida líquida de R$ 49,2 bilhões, registrada no primeiro trimestre da safra 2025/26. Conhecida por sua atuação relacionada à transição energética, a Raízen é vista como um ativo de alto potencial de valorização pelo mercado.

Implicações financeiras e estratégicas para a Cosan

A venda de ativos, como a participação na Vale e operações na bolsa de valores brasileira, além de recompras de debêntures, têm sido parte do esforço da Cosan para reduzir seu endividamento, que passou de R$ 21,3 bilhões há um ano para cerca de R$ 17,5 bilhões no segundo trimestre deste ano. Essas movimentações demonstram uma estratégia de desalavancagem, que pode ser potencializada com a entrada de um novo parceiro.

Analistas do setor destacam que a presença de um investidor nacional seria mais alinhada ao perfil da Cosan, diante da forte ligação com a economia brasileira e seus negócios em energia e logística. A possibilidade de participação do BTG ocorre em um momento de aumento da interesse de investidores internacionais na companhia, incluindo propostas de empresas japonesas, como a Mitsubishi.

Reações e perspectivas futuras

Segundo fontes, tanto a Cosan quanto o BTG não confirmaram negociações ou comentários oficiais a respeito do tema até o momento. A trajetória de recuperação da empresa, com foco na redução de dívida e no fortalecimento de seu portfólio de ativos, mantém os investidores atentos às movimentações futuras. O potencial aumento de capital na Raízen, aliado à entrada de um novo acionista relevante, poderia abrir caminho para valorização das ações, atualmente negociadas a R$ 7,43.

Especialistas avaliam que o interesse de Esteves reforça a atratividade da Cosan, considerada uma das principais companhias de setores estratégicos na América Latina, com perspectivas de valorização significativa diante da correlação com o mercado de energias renováveis e logística.

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Com informações do Jornal Diário do Povo