Alta no petróleo devido ao aumento das tensões entre Irã e EUA
O aumento do preço do petróleo na segunda-feira foi impulsionado pelos ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos ao Irã e pela sinalização de fechamento do Estreito de Ormuz pelo governo iraniano. Especialistas apontam que essa escalada de tensões geopolíticas pode afetar o ciclo econômico mundial, atrasando cortes de juros e influenciando políticas monetárias.
Impacto do conflito no mercado de petróleo
Segundo Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central do Brasil, o preço do barril de petróleo deve subir, mas quedas acima de US$ 100 ou US$ 120 ocorreriam somente se o Irã decidisse responder de forma muito agressiva, o que ele avalia como pouco provável neste momento. “Obviamente, o preço vai subir, mas um cenário extremo só aconteceria se o Irã abrisse uma guerra total contra os Estados Unidos e Israel”, afirmou ele, destacando a complexidade do conflito.
O mercado internacional de petróleo está em alerta, especialmente após os ataques aéreos ordenados pelos EUA, que aumentaram a volatilidade. Antes do bombardeio, a Shell já se preparava para possíveis interrupções no comércio de petróleo devido ao conflito entre Irã e Israel, revela uma reportagem do O Globo.
Repercussões globais e econômicas
O aumento no preço do petróleo influencia o ciclo econômico global ao afetar custos de produção e consumo, além de poder retardar o ciclo de cortes de juros por bancos centrais. Tony Volpon avalia que, embora o petróleo deva subir, valores extremos só se concretizariam com uma resposta forte do Irã. “A probabilidade de uma guerra aberta entre Irã e os EUA está entre 60% e 70%, enquanto um cenário de confronto catastrófico seria de aproximadamente 5%”, estima.
O conflito ocorre em um momento delicado para a economia mundial, agravando incertezas e potencialmente desacelerando o crescimento global. O ataque ordenado por Donald Trump, ex-presidente dos EUA, ocorre em um cenário de maior volatilidade, afetando também as políticas econômicas de diversos países.
Consequências para o Brasil e política monetária
No Brasil, onde a taxa básica de juros, a Selic, foi elevada para 15% ao ano na última semana, o impacto da alta do petróleo deve ser sentido na inflação e na decisão de novos ajustes na política de juros. Segundo especialistas, o efeito dependerá do câmbio e da atuação do Banco Central na tentativa de controlar a inflação, especialmente em um cenário de preços internacionais do petróleo em ascensão.
Para entender as possíveis consequências, saiba que qualquer banco central que considere reduzir as taxas de juros precisará avaliar o impacto da alta do petróleo na inflação. “Se a alta do petróleo persistir, a possibilidade de cortes de juros no Brasil será menor e pode até ser retirada da curva de expectativas”, afirma um economista ouvido pelo O Globo.
Perspectivas futuras
Especialistas alertam que o ciclo de redução de juros globais pode ser mais lento ou até interrompido devido à alta do petróleo e às tensões no Oriente Médio. A reação do Irã e a resposta dos EUA podem modificar o cenário econômico mundial, influenciando as decisões de bancos centrais e afetando o crescimento econômico.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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