Alckmin afirma que taxa de juros de 15% pode cair com inflação em queda e dólar em baixa

Durante o oitavo Seminário Internacional de Líderes, em São Paulo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que a taxa Selic de 15% já possui condições de ser reduzida. Segundo ele, a inflação em queda, o dólar recuando de R$ 6,30 para R$ 5,40 e o controle de preços de alimentos indicam um cenário favorável à redução da taxa de juros no país.

Inflação e câmbio colaboram para redução da taxa Selic

Alckmin explicou que a inflação, que tinha causas relacionadas ao dólar elevado e à seca que afetou a safra, está em declínio. “A inflação de alimentos caiu para 2%, o que demonstra que não há justificativa para manter a taxa de juros no atual patamar”, afirmou. Ele destacou que o dólar passou de R$ 6,30 para R$ 5,40, contribuindo para esse movimento de melhora na economia.

Segundo o ministro, o atual nível de juros, além de dificultar o investimento, faz com que o custo da dívida pública seja elevado, impactando o orçamento do governo. “Cada ponto percentual da Selic representa R$ 52 bilhões por ano na rolagem da dívida”, alertou.

Impactos do juro alto na economia e no setor público

Alckmin ressaltou que a manutenção da taxa de 15% é incompatível com o cenário de baixa de inflação, e que os juros elevados prejudicam consumidores, famílias endividadas e a gestão fiscal do país. “Não faz sentido uma taxa de juros elevada em um momento de inflação controlada”, reforçou.

Mercosul completa 40 anos e avanços comerciais

Ao falar sobre o Mercosul, Alckmin lembrou que o bloco celebra 40 anos de existência e que recentemente assinou novos acordos de comércio com Cingapura e com países da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). Ele comentou que a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia está prevista para o dia 20, embora a França tente adiar para janeiro, devido às preocupações com a competitividade do agronegócio brasileiro.

Ele destacou ainda oportunidades de negócios entre Mercosul e países vizinhos, como Argentina, especialmente em gás natural e produtos agroindustriais de maior valor agregado, além de citar avanços em setores como automotivo, com tecnologias de carros elétricos, híbridos e flex.

Negociações comerciais e cenário internacional

Alckmin também informou que o Brasil segue negociando tarifas com os Estados Unidos e buscando ampliar acordos, sobretudo com o México, que planeja aumentar as tarifas de importação a partir de 2026. “Estamos trabalhando junto ao México para fortalecer a relação econômica e ampliar a complementaridade entre os países”, afirmou.

Para ele, 2026 começará em um cenário geopolítico desafiador, com maior protecionismo mundial. No entanto, o ministro acredita que a tendência de crescimento das economias se reduzirá com o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia e a diminuição das tensões na Faixa de Gaza.

Perspectivas econômicas e desafios atuais

Alckmin concluiu destacando que o Brasil apresenta um cenário ambivalente: de um lado, a inflação em declínio e, de outro, uma alta taxa de juros que prejudica o investimento e a dívida pública. “O copo está meio cheio, com a queda da inflação, e meio vazio, com a alta de juros”, afirmou, reforçando a necessidade de avanços na política monetária.

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Com informações do Jornal Diário do Povo

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