Airbus se aproxima de superar Boeing como maior fabricante de aviões
A Airbus, que em 1981 lançou o modelo A320 para competir com o clássico Boeing 737, está perto de superar sua rival americana em volume de entregas, segundo a consultoria Cirium. No início de agosto, a diferença entre as entregas das famílias A320 e 737 era de apenas 20 unidades, com 12.155 aviões já entregues do lado europeu, uma marca que deve ser alcançada já no próximo mês.
O sucesso do A320 e a evolução do mercado de narrowbodies
“Alguém naquela época esperava que ele pudesse se tornar o número um – e com volumes tão altos de produção?”, questiona Max Kingsley-Jones, chefe de consultoria da Cirium Ascend. “Certamente eu não, e provavelmente a própria Airbus também não.”
O avanço do A320 reflete a ascensão da Airbus, que saiu de uma fabricante criada em 1970 com apoio de governos europeus para se tornar uma concorrente de peso à Boeing. Durante os anos 2000, as entregas anuais do A320 superaram as do irmão 737, chegando a superar a própria família de fabricantes americanas em pedidos em 2019.
Desafios enfrentados pela Airbus e estratégias de inovação
Apesar do domínio do Airbus, a Boeing também investiu em inovação, como o lançamento do 787 Dreamliner, considerado mais eficiente e flexível. No entanto, o 737 Max, sua tentativa de modernizar o famoso jato de baixo custo, enfrentou sérios problemas após acidentes relacionados ao sistema MCAS, que levaram à sua paralisação global por 20 meses a partir de 2019.
Por outro lado, a Airbus apostou em melhorias incremental do A320, com a versão neo, que incorporou novos motores mais econômicos, tornando-se um grande sucesso. Ainda assim, há sinais de que ambos os principais modelos de narrowbodies estão chegando ao limite de suas evoluções.
Desafios tecnológicos e novos projetos de futuro
Recentemente, a Airbus enfrentou falhas nos motores avançados do A320neo, o que gerou atrasos e manutenções extras. Com as linhas de produção atuais próximas do fim de sua vida útil, analistas questionam qual será o próximo passo após esses modelos.
O CEO da Airbus, Guillaume Faury, revelou planos de lançar uma nova geração de aviões de corredor único até meados da década de 2030, possivelmente movidos a hidrogênio, representando um salto radical na tecnologia da aviação comercial.
Perspectivas e o papel de novas entradas no mercado
Enquanto a Airbus aumenta sua margem de manobra, novas empresas tentam entrar na disputa. A chinesa Comac, com seu C919, já opera no mercado interno, mas ainda aguarda certificação para atuar na Europa e nos Estados Unidos.
Além disso, a inovação no setor também envolve transportes elétricos e veículos voadores, como o projeto da startup Eve, apoiada pelo BNDES, que estuda novos motores de menor consumo e estrutura mais eficiente.
Com a maturidade dos atuais modelos e as incertezas quanto ao desenvolvimento de novas plataformas, a batalha nos céus promete um futuro de alta competitividade e inovação tecnológica entre Airbus e Boeing.
Fonte: O Globo
Com informações do Jornal Diário do Povo
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