Inflação de serviços mantém cautela sobre corte da Selic
A aceleração dos preços de serviços, registrada no resultado de dezembro do IPCA-15, prévia da inflação oficial, reforçou a cautela dos economistas quanto ao momento de redução da Selic, atualmente em 15% ao ano. A expectativa é que as decisões sobre o corte na taxa de juros dependam de novos dados de atividade e preços, com sinais divergentes entre analistas.
Desaceleração da inflação e atenção aos serviços
Segundo Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, os números indicam uma desaceleração da inflação, o que é positivo após quatro anos consecutivos acima de 4,5% em 12 meses. No entanto, ela alerta que o ritmo de queda está especialmente lento entre os serviços, itens que reagem mais diretamente à demanda controlada pela política de juros.
Desafios na meta de inflação
“A inflação de serviços ainda está incompatível com a meta de 3%. Esse é o principal foco de desconforto do Banco Central”, afirma Tatiana. Os preços de serviços representam um elemento central na composição da inflação, e sua resistência à queda tem mantido a autoridade monetária cautelosa.
Perspectivas para o ciclo de cortes na Selic
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que “estava sentindo cheiro” de início de redução da taxa de juros em breve. Tatiana destaca que o Banco Central ainda depende de dados futuros para orientar a decisão, após sinalização de que o começo dos cortes pode ocorrer em janeiro, com expectativa de redução de 0,5 ponto percentual.
Por outro lado, Matheus Pizzani, economista do PicPay, projeta que o início do ciclo de diminuição da Selic deve acontecer apenas em março, uma vez que os bens industriais já vêm cedendo devido à política monetária, enquanto os preços de serviços ainda resistem a cair, influenciando significativamente a inflação.
Reforço de cautela pelo Banco Central
Segundo Pizzani, o Banco Central mantém preocupação de que o dinamismo do mercado de trabalho possa influenciar os preços de serviços, dificultando a queda da inflação. Assim, a autoridade monetária tende a ser mais cautelosa, especialmente considerando o cenário externo favorável e desafios fiscais.
Expectativas e análises de instituições financeiras
Para o Itaú, a possibilidade de início de cortes de juros em janeiro permanece, embora os analistas do banco a enxerguem com maior dificuldade devido ao contexto atual. A previsão é que a Selic atinja 12,75% em 2026 e 11,75% em 2027.
Bruno Perri, economista-chefe da Forum Investimentos, reforça que o cenário aponta para um ciclo de afrouxamento monetário somente a partir de março, com atenção redobrada à evolução do mercado de trabalho e à inflação de serviços.
Impacts futuros e fatores externos
Segundo especialistas, a melhora no ambiente externo, aliada aos desafios fiscais, reforça a cautela do Banco Central em não antecipar cortes para evitar prejudicar o cumprimento da meta de inflação. A decisão final dependerá da evolução dos dados econômicos nos próximos meses.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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