Bancos querem elevar juros do programa Desenrola para empresas
O setor bancário está atuando nos bastidores para elevar o limite de juros do novo programa Desenrola para empresas, atualmente em fase avançada de discussão no governo. As instituições financeiras desejam aumentar a taxa de cobrança de até 1,53% ao mês para acima de 2%, o que representa uma mudança significativa na proposta original.
Disputa por tetos mais altos no Desenrola para empresas
Segundo apuração do GLOBO, o desenho do programa prevê atualmente um teto de 1,53% ao mês. No entanto, o setor financeiro acredita que, com garantias do Fundo Garantidor de Operações (FGO), é possível cobrar encargos mais elevados. “O risco reduzido permite trabalhar com taxas maiores”, afirmou uma fonte cercana às negociações.
Argumentos do setor bancário e preocupações
Apesar do receio, os bancos argumentam que limites muito baixos podem distorcer o mercado, dificultar a cobertura de custos operacionais e regulatórios, além de reduzir o interesse em participar do programa. Uma das principais preocupações é a parcela mínima de R$ 150, que, na visão do setor, deveria estar vinculada ao tamanho da dívida, com uma fração de cerca de 1/60, garantindo maior aderência às capacidades de pagamento das empresas.
O setor também sugere ampliar o uso de estruturas de outros programas, como Pronampe e Peac-FGI, para acelerar a implementação assim que a Medida Provisória for enviada ao Congresso. A expectativa é que o envio ocorra ainda neste ano, permitindo uma renegociação ampla de dívidas de pequenas empresas com recursos de financiamento bancário.
Impactos do ajuste nos limites de juros
Esta disputa acontece em meio a uma longa história de debates entre governo e setor privado sobre tetos de limites de crédito, como ocorreu anteriormente com o crédito consignado do INSS, cujo limite foi reduzido inicialmente e gerou uma redução na oferta para aposentados. O esforço é que o programa permita às empresas menores renegociar suas dívidas, limpar o nome e melhorar sua situação financeira.
Perspectivas futuras e trabalho legislativo
O governo pretende encaminhar a proposta ao Congresso ainda neste ano, com o objetivo de que a plataforma esteja operacional em 2026. O programa deve ter um volume de crédito entre R$ 1,7 e R$ 1,8 bilhão, garantido pelo FGO, concentrado na quitação de diversos tipos de dívidas, ampliando o alcance do Desenrola para o setor empresarial.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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