Volkswagen projeta eletrificação no Brasil para 2026, mas prioriza híbridos devido ao alto custo

Em entrevista exclusiva ao g1, Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil, revelou que a marca pretende lançar versões eletrificadas em todos os seus modelos a partir de 2026, mas enfrentará desafios devido ao alto custo de tecnologia e ao perfil de consumo brasileiro.

Eletrificação de peso em 2026 e foco em soluções híbridas

Segundo Possobom, a Volkswagen fará um esforço para incluir pelo menos uma versão eletrificada em cada lançamento de 2026. A estratégia inclui o uso de híbridos flex e plug-in hybrid, considerados mais adequados ao comportamento do consumidor brasileiro, que percorre entre 13 mil e 15 mil km por ano.

“Todos os carros produzidos que lançaremos a partir de 2026 vão ter algum tipo de eletrificação”, afirmou o executivo, destacando um empréstimo de R$ 2,3 bilhões obtido no BNDES para acelerar esse processo. Ele justificou a preferência pelos híbridos, especialmente os flex, devido às nuances do mercado nacional.

O desafio do custo e o comportamento do consumidor

Possobom explicou que o custo adicional de veículos eletrificados é um obstáculo para o público que compra carros na faixa de R$ 120 mil. “Um híbrido leve, por exemplo, pode acrescentar aproximadamente R$ 10 mil ao preço, enquanto um híbrido completo pode elevar o valor em até R$ 40 mil”, detalhou.

A marca já oferece dois veículos elétricos por assinatura (ID.4 e ID.Buzz), mas ainda não dispõe de modelos 100% elétricos disponíveis para compra direta no mercado nacional. Essa faixa de produtos, segundo o presidente, será fortalecida nos próximos anos.

Modelos eletrificados e produção local

Embora concorrentes como Toyota, Honda e marcas chinesas já ofereçam opções híbridas ou totalmente elétricas no Brasil, a Volkswagen aposta na fabricação nacional de tecnologias voltadas ao mercado brasileiro. “Prefiro produzir aqui, adaptar às necessidades do consumidor”, afirmou Possobom.

A montadora também ressaltou que todos os novos modelos de 2026 terão versões eletrificadas, com um investimento estimado de bilhões de reais para garantir a competitividade e a inovação tecnológica em suas linhas.

Perspectivas futuras e estratégias de mercado

O executivo destacou ainda que, apesar dos avanços e do bom momento de vendas da Volkswagen na América Latina — com crescimento de 18% na região e 60 mil unidades do SUV Tera vendidas neste ano — o desenvolvimento de veículos elétricos no Brasil seguirá uma linha mais cautelosa, priorizando híbridos e tecnologias que atendam ao perfil do brasileiro.

“Acreditamos que a solução de híbridos é a melhor aqui, por causa do tamanho do país, do modo como o brasileiro usa o carro e do valor residual que ele deseja manter”, concluiu Possobom. Além disso, ele evidenciou que a marca estuda a possibilidade de importar veículos elétricos fabricados na China, mas reforçou a preferência por produção local.

Fechamento do Salão do Automóvel e futuro das estratégias

Questionado sobre sua ausência no recente Salão do Automóvel de São Paulo, Possobom afirmou que a Volkswagen avaliará o retorno ao evento em 2027, dependendo da força do formato e da participação das marcas. Ele também criticou o formato atual, considerado pouco inovador, e projetou um futuro onde eventos ao ar livre e diferentes experiências possam conquistar o público.

“Para a Volkswagen, o foco permanece na inovação e na adaptação às demandas do mercado. Nosso objetivo é oferecer produtos cada vez mais alinhados às necessidades e expectativas do brasileiro”, finalizou o presidente.

Para acessar a entrevista completa, clique aqui.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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