Brasileira é encontrada morta em Portugal; suspeita é contratante dela
A brasileira Lucinete Freitas, de 55 anos, foi encontrada morta na cidade de Amadora, Portugal, após desaparecimento ocorrido em 5 de dezembro. A Polícia Judiciária (PJ) confirmou o crime na última sexta-feira, e a suspeita, que também é brasileira, foi presa por fortes indícios de homicídio qualificado. Segundo informações oficiais, o corpo da vítima foi deixado em uma área de mata e coberto com objetos para esconder o cadáver.
Investigações e contexto do desaparecimento
Lucinete trabalhava como babá na região metropolitana de Lisboa e desapareceu após dizer à família que visitaria um imóvel no Algarve. Desde então, ela não respondeu mais às mensagens e chamadas. José Teodoro, marido da vítima, declarou à coluna do Portugal Giro que, antes de saber do falecimento, acreditava que ela tinha mais chances de se arriscar na tentativa de sobrevivência do que de ser vítima de um crime. “Era mais arriscado eu aqui levar um tiro do que ela desaparecer lá”, disse Teodoro por telefone, no dia 16.
Ele relata que tentou ajudar a esposa na documentação para permanecer na Europa, tendo solicitado um visto de procura de trabalho em Portugal em abril, mas seu pedido foi recusado por problemas de hospedagem. Já o de Lucinete, que tinha formação em tecnologia da informação e logística, foi aprovado, mas ela nunca chegou a regularizar sua situação completamente. “Se meu visto tivesse sido aceite, talvez ela não tivesse desaparecido”, afirmou.
Suspeita e detalhes do crime
A Polícia Judiciária informou que a suspeita, uma mulher de 43 anos, de nacionalidade brasileira, foi detida após investigação intensa. Segundo o comunicado oficial, a suspeita foi presa por fortes indícios de homicídio qualificado. Ela será apresentada ao primeiro interrogatório judicial, onde serão aplicadas as medidas cabíveis. Ainda de acordo com a PJ, o assassinato foi motivado por razões fúteis.
O corpo de Lucinete foi localizado em uma zona isolada de mata, na cidade da Amadora, na região metropolitana de Lisboa. As buscas pela vítima aconteceram após o envio de alertas pelos contratantes da brasileira, que acionaram as autoridades locais. A investigação destacou que houve um esforço conjunto para localizar a vítima, com elementos indiciários que levaram à prisão da suspeita.
Repercussões e buscas por justiça
José Teodoro afirmou que tentou recuperar seu passaporte no consulado em Fortaleza para acompanhar pessoalmente as investigações. Neste momento, ele tenta viabilizar a repatriação do corpo de Lucinete, com apoio de familiares e doações da comunidade. Ele também declarou que, após o recusa ao visto de procura de trabalho, conseguiu um visto de estudante, e que continua fazendo todos os esforços para regularizar sua situação em Portugal.
“Estou fazendo todos os caminhos corretos, mas é desesperador”, desabafou Teodoro. Ele ainda criticou a demora na resposta inicial ao desaparecimento de Lucinete e apontou que mensagens de texto e e-mails de sua esposa haviam sido apagados do computador dela, além de relatar ter recebido chantagem de um suposto sequestrador.
Casos anteriores e situação brasileira em Portugal
Este é o segundo caso de desaparecimento de uma brasileira em Portugal em menos de seis meses. Em junho, Francisca Maria Santos, de 44 anos, foi vista pela última vez, e seu irmão, Antônio José, que trabalhou em Portugal ao lado dela, colaborou com as investigações. O irmão de Lucinete também criticou a demora das autoridades portuguesas na resposta ao sumiço de Francisca e revelou que o processo da filha dela, uma menor, foi arquivado após episódios de violência e xenofobia na escola.
Nos últimos anos, brasileiras têm protestado contra episódios de violência e xenofobia em Portugal, incluindo agressões físicas e tentativas de assédio, como mostra o movimento de protesto local. Autoridades e ONGs atuam na assistência às vítimas, enquanto a busca por justiça segue em andamento no caso de Lucinete.
Para mais detalhes sobre o caso, assista ao vídeo do Portugal Giro.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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