EUA apreendem segundo petroleiro venezuelano com destino à China
Os Estados Unidos apreenderam neste sábado (20) o segundo petroleiro vindo da Venezuela, que estava a caminho da China, na prolongada campanha de pressão contra o regime de Nicolás Maduro. A embarcação, identificada como VLCC Centuries, carregava cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo cru venezuelano Merey e foi interceptada em águas internacionais ao oeste de Barbados, após deixar as águas venezuelanas na quarta-feira, sob controle da marinha local.
Contexto de tensões e sanções internacionais
A ação ocorre após o presidente Donald Trump anunciar, na terça-feira (16), um bloqueio total a petroleiros venezuelanos, alegando que o país está cercado militarmente para impedir sua produção de petróleo. A Venezuela condenou a apreensão como um “grave ato de pirataria internacional” e acusou Washington de interferência brutal no seu território. Desde o início de dezembro, o governo americano já realizou duas apreensões de embarcações venezuelanas, em meio a uma escalada de tensões diplomáticas.
Operação e tática de ocultação
A embarcação foi inicialmente escoltada pela marinha venezuelana e utilizava um nome falso, “Crag”, além de bandeira do Panamá, parte de uma estratégia comum na “frota fantasma” venezuelana, que tenta esconder suas operações por meio de artifícios como bandeiras estrangeiras ou nomes falsos para evitar sanções internacionais. Segundo agências como Reuters, outros países sancionados, como Rússia e Irã, também empregam essa tática para transportar petróleo de forma clandestina.
Reações e repercussões internacionais
A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, divulgou uma gravação da ação mostrando os militares desembarcando na embarcação, reforçando o compromisso de Washington em combate às sanções e ao financiamento do narcotráfico na região. A Venezuela classificou a apreensão como uma “interferência brutal”, enquanto o presidente Nicolás Maduro denunciou uma tentativa de intervenção estrangeira. A Rússia, por sua vez, manifestou preocupação com as possíveis consequências imprevisíveis para o Ocidente.
Impactos econômicos e geopolíticos
Venezuela detém a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, estimada em 303 bilhões de barris, o que representa cerca de 17% do total mundial, segundo a Energy Information Administration (EIA). Apesar do potencial, o setor é prejudicado por infraestrutura obsoleta e sanções internacionais que limitam o crescimento e as exportações. O petróleo venezuelano, especialmente o pesado, é altamente compatível com refinarias nos EUA, o que atrai o interesse de Washington em barrar sua exportação, dificultando ainda mais a economia do país.
Com a imposição de sanções desde 2019, a Venezuela vem recorrendo a “frotas fantasmas” e embarcações sancionadas por outros países para continuar vendendo petróleo, sobretudo para a China, que é seu maior cliente externo. Relatórios indicam que, em dezembro, os embarques devem atingir cerca de 600 mil barris diários, embora o mercado global de petróleo ainda esteja relativamente abastecido. Uma eventual redução na oferta pode pressionar o preço do petróleo nos próximos meses.
Futuro da crise e possíveis desdobramentos
O confronto entre Washington e Caracas deve continuar, com o Conselho de Segurança da ONU se preparando para uma reunião na próxima semana para discutir a escalada do conflito e o impacto da intervenção militar americana. A operação de Saturday acontece enquanto Trump ordena ataques contra embarcações que contrabandeiam drogas, incluindo fentanil, para os EUA, reforçando a postura de maior intervenção militar na região.
A situação revela a complexidade do controle global sobre recursos energéticos, onde interesses políticos, econômicos e estratégicos se entrelaçam, ampliando a crise diplomática na América do Sul e o difícil cenário de sanções e pressões internacionais.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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