Especialistas alertam para riscos da internet na saúde mental de menores

Durante o Voices 2025, a juíza Vanessa Cavalieri demonstrou preocupação com o aumento dos riscos que a internet representa para menores de idade, destacando a necessidade de maior envolvimento dos pais na proteção digital dos filhos. Ela ressaltou que o ambiente virtual se tornou um espaço de crimes e violência que muitas vezes passa despercebido pelos responsáveis.

Riscos crescentes na internet aberta e plataformas como Discord

Vanessa Cavalieri afirmou que situações antes restritas à Deep Web e Dark Web agora estão acessíveis na internet aberta, especialmente pelo Discord, plataforma popular entre jovens. Ela alertou que esses ambientes se tornaram locais de crimes acessíveis a qualquer criança ou adolescente com um celular na mão. “O que acontecia anos atrás apenas na Deep Web hoje é comum na internet que todos acessam”, enfatizou.

Ela também destacou que essa conexão frequente a ambientes virtuais de ódio e violência é muitas vezes desconhecida pelos pais, o que transformou essa questão em um problema de saúde pública mental. Dados do SUS indicam um aumento nos atendimentos a crianças e adolescentes com quadros de ansiedade, depressão e tendências suicidas, fruto do uso excessivo das redes sociais.

A influência do ambiente digital na saúde mental dos jovens

Segundo a juíza, o Brasil registra uma média de sete horas diárias de uso de redes sociais por adolescentes, tempo suficiente para gerar efeitos como dessensibilização, tolerância e normalização da violência. “Ver essas atrocidades repetidamente impacta a criança e o adolescente, afetando sua saúde mental”, afirmou.

O crescimento do ódio nos jogos online

Manel, influenciador e gamer, observou o aumento do conteúdo de ódio nos ambientes de jogos. “De brincadeiras com insultos, hoje há mulheres e negros sendo alvo de ataques racistas e xenofóbicos”, contou. Ele esclarece que, em sua experiência, muitas palavras de ofensa racista são comuns em partidas, e que os pais muitas vezes não compreendem o que acontece nesse universo digital.

“Se comigo, que tenho 28 anos, essa cultura de ódio já é evidente, imagine com uma criança”, lamentou Manel.

Responsabilidade dos pais e o papel da legislação

Todos os participantes concordaram que o envolvimento dos pais é essencial na proteção das crianças na internet. “Pais precisam jogar com os filhos para entenderem o que se passa nos jogos e monitorar o comportamento deles”, aconselhou Manel.

Vanessa Cavalieri alertou que a ilusão de segurança por estar longe da rua não se sustenta: “Há uma negligência digital que pode levar à responsabilização, inclusive com a possibilidade de até perder a guarda por não supervisionar o uso da internet”.

Importância do novo Estatuto Digital

Um ponto compartilhado pelos debatedores foi a expectativa pelo Estatuto Digital da Criança e do Adolescente, previsto para entrar em vigor em 2026. Vanessa avaliou que a legislação, baseada em estudos internacionais, será uma das mais modernas do mundo para proteger jovens no ambiente digital. “Isso permitirá maior respaldo legal para proteger a infância e a adolescência desses riscos”, afirmou.

Perspectivas futuras e recomendações

Especialistas reforçam a necessidade de políticas públicas mais robustas e ações de conscientização. O envolvimento dos pais, a implementação da nova legislação e a educação digital são passos essenciais para mitigar os riscos e promover um ambiente virtual mais seguro para os menores.

Para saber mais, acesse a reportagem completa em Fonte original.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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