Petroleiros iniciam greve nacional por melhores salários e condições
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou nesta segunda-feira (15) uma greve nacional do setor, após impasse nas negociações com a Petrobras sobre o acordo coletivo e reajuste salarial. A paralisação, que começou às 0h, é por tempo indeterminado e abrangeu várias unidades do país.
Greve dos petroleiros não afeta a produção
Segundo a estatal, não há impacto na produção de petróleo e derivados. “A Petrobras adotou medidas de contingência para garantir a continuidade das operações e reforça que o abastecimento ao mercado está garantido”, comunicou a empresa.
Reivindicações da categoria e locais de paralisação
De acordo com a FUP, todas as 14 unidades vinculadas à federação aprovaram a greve. Os petroleiros buscam um aumento real (acima da inflação) e rejeitam a oferta de reajuste de 0,5%, considerada insuficiente pelo sindicato. As reivindicações têm três principais pontos:
- Distribuição justa da riqueza gerada pela Petrobras;
- Fim dos planos de equacionamento de déficit da Petros;
- Reconhecimento da pauta do Brasil Soberano, incluindo a suspensão de retiradas de trabalhadores em processos de descomissionamento e retomada de condições dignas de trabalho.
Impactos e ações na manhã de hoje
Às 7h, trabalhadores de refinarias vinculadas à FUP não realizaram a troca de turno, procedimento que impede a passagem formal de operações, acionando protocolos de segurança e reforçando o caráter nacional da greve. As unidades afetadas incluem as refinarias Regap em Minas Gerais, Reduc, Replan, Recap, Revap e Repar, em diferentes estados.
Mobilizações e repercussões
Segundo Sérgio Borges, diretor do Sindipetro-NF e da FUP, há relatos de adesão nas plataformas do Norte Fluminense, Rio, São Paulo e Espírito Santo, com paralisações também em plataformas, terminais e bases administrativas iniciadas ainda na madrugada. Contudo, a adesão na parte administrativa da estatal é considerada baixa, pois muitos funcionários estão em home office, cujo regime deve seguir nas próximas semanas.
Ocorrências policiales e reação sindical
Na manhã desta segunda-feira, dois empregados da Petrobras foram detidos em frente à Refinaria de Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio, durante manifestações associadas à greve. Ambos foram liberados posteriormente. A Polícia Militar afirma que as prisões ocorreram por relatos de intimidação a pessoas tentando entrar na refinaria. A Petrobras e o Sindipetro repudiaram a ação policial, denunciando uma tentativa de repressão aos direitos civis e à manifestação sindical. “A greve é um direito constitucional, e qualquer tentativa de coação será enfrentada com união e força”, declarou Borges.
Em nota, a Petrobras informou que tomou conhecimento das detenções, que, segundo a empresa, tiveram relação com um impasse na liberação da passagem durante manifestação na área da Reduc. Ainda não há pronunciamento oficial da Polícia Civil.
Perspectivas futuras e próximos passos
A expectativa é que, nas próximas semanas, o movimento se intensifique e que novas ações de adesão sejam confirmadas. A Petrobras comunicou que deve liberar uma medida provisória detalhando as próximas etapas do movimento e que as operações de produção permanecem garantidas até o momento.
Para ler mais sobre essa greve e seus desdobramentos, acesse a matéria no O Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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