Dados de outubro revelam desaceleração econômica e reforçam debate sobre corte de juros
O recuo da atividade econômica em outubro, divulgado pelo IBC-Br, surpreendeu analistas que previam estabilidade ou leve alta no mês. A mediana das expectativas era de alta de 0,10%, mas o indicador apontou uma queda de 0,2%. Essa mudança reforça a percepção de desaceleração econômica no Brasil, impactando o debate sobre a política de juros em 2024.
A atividade econômica em desaceleração e impacto na política monetária
Desde maio, o IBGG-Br, considerado uma prévia do PIB, apresentou comportamento mais lento, com destaque para a queda de 0,2% em outubro. Segundo Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, o Brasil passa por um processo de acomodação após anos de crescimento quase contínuo desde o fim da pandemia.
Expectativas para os próximos passos do Banco Central
Para Matheus Pizzani, economista da PicPay, o dado deve intensificar o debate sobre o ciclo de cortes da Selic. Apesar das expectativas iniciais de início do ciclo em janeiro, o comunicado conservador do Banco Central na semana passada levou analistas a cogitarem uma intervenção apenas em março, caso a desaceleração continue.
Impactos no cenário de juros
Segundo Pizzani, a retração do IBC-Br, que inclui componentes mais sensíveis às variações econômicas, deve ser acompanhada de resultados abaixo do esperado em outros indicadores, especialmente no mercado de trabalho. Isso pode influenciar a decisão do Banco Central na sua primeira reunião do próximo ano, ainda que muitos analistas mantenham a aposta na redução da Selic a partir de março.
Reação do Banco Central e o papel do resultado de outubro
Apesar do dado mais recente, o Copom manteve uma postura cautelosa em seu último comunicado, usando o termo “conforme o esperado” ao comentar a atividade econômica, indicando que não houve surpresas que justifiquem uma mudança brusca na política de juros. Segundo Luis Leal, da G5 Partners, o resultado de outubro reforça a ideia de que o BC não agirá de forma precipitada.
Gabriel Galípolo, do Banco Central, destacou que a política monetária não é baseada em um único indicador, mas que os resultados de outubro, similares aos de setembro, contribuem para a avaliação do cenário macroeconômico. Em outubro, a agropecuária foi o único setor a apresentar crescimento, enquanto outros tiveram variações negativas.
Perspectivas para inflação e juros
No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, analistas revisaram para baixo suas projeções de inflação, de 4,4% para 4,36%. Além disso, a estimativa para a taxa básica de juros de 2026 caiu de 12,25% para 12,13%, refletindo o cenário de desaceleração.
A expectativa de que a queda da Selic ocorra apenas em março permanece, mas o atual ritmo de desaceleração econômica deve continuar sendo um fator decisivo na definição do ciclo de cortes, avaliam especialistas.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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