Brasil acompanha preocupação com tarifas mexicanas que afetam comércio bilateral
O Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou nesta sexta-feira que acompanha com atenção a reforma tarifária aprovada pelo Congresso mexicano, que prevê tarifas de até 50% sobre importações do México provenientes de países sem acordo de livre-comércio, incluindo o Brasil. A medida, com efeito previsto para 2026, causa preocupação no governo brasileiro devido à sua possível influência no comércio bilateral.
Tarifas mexicanas e impacto no comércio brasileiro
O projeto de lei, apoiado pela presidente Claudia Sheinbaum, foi aprovado pelo Senado mexicano nesta quinta-feira com ampla maioria (76 votos a 5). As tarifas variam de 5% a 50% e abarcam cerca de 1,5 mil itens, como veículos, autopeças, eletrodomésticos, plásticos, derivados de petróleo e vestuário. A expectativa é que as novas tarifas entrem em vigor em 2026.
Reações e preocupações do governo brasileiro
Segundo o MDIC, a elevação tarifária não deve afetar significativamente o setor automotivo, já beneficiado pelo Acordo de Complementação Econômica nº 55 (ACE-55). Entretanto, o ministério alerta que as medidas podem comprometer preferências bilaterais em outros setores, afetando investimentos e o comércio entre Brasil e México. “Aguarda-se a publicação do texto final da lei para avaliar seus impactos sobre as exportações brasileiras”, observa a nota oficial.
Contexto e relação bilateral
Apesar das atuais tensões, o MDIC reforça que Brasil e México mantêm uma relação econômica e política marcada por diálogo franco e estratégia compartilhada. O governo brasileiro também mantém contato com as autoridades mexicanas para tratar dos possíveis efeitos das mudanças tarifárias, buscando preservar um ambiente de cooperação e segurança jurídica.
Dados comerciais recentes
Até novembro deste ano, o Brasil exportou US$ 7,14 bilhões ao México, com saldo comercial positivo de US$ 1,41 bilhão. Os principais produtos exportados pelo Brasil ao México incluem carnes de galinha e bovina congeladas, veículos leves e produtos de ferro ou aço semimanufaturados. Nas importações, o Brasil adquiriu US$ 5,72 bilhões de produtos mexicanos no mesmo período, sendo o México o sexto maior destino de exportações brasileiras e o décimo em origem de importações.
Perspectivas e próximos passos
O governo brasileiro continuará monitorando o desenvolvimento da reforma tarifária mexicana e suas implicações para o comércio bilateral. A expectativa é que, após a publicação do texto final da lei, ambos os países possam ajustar suas estratégias para minimizar efeitos negativos e fortalecer a cooperação comercial futura.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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