Hugo Motta cobra do PT e pode impactar votações na Câmara

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), expressou descontentamento aos parlamentares do PT devido a atos convocados pelo partido contra a aprovação de um projeto de lei que reduz penas para atos golpistas de 8 de janeiro. A reação aumenta as tensões entre os Poderes e pode comprometer a tramitação de propostas considerados prioritários pelo governo Lula.

Relação tensa entre Câmara e Executivo

De acordo com aliados próximos de Motta, essa irritação deve dificultar a votação de projetos importantes, como a redução de benefícios tributários, que o governo aposta para fechar o orçamento de 2026. A expectativa era de que essa pauta fosse votada ainda nesta sexta-feira, mas a sessão foi encerrada sem deliberações.

Operação da PF e clima de instabilidade

A perseguição parlamentar ao presidente da Câmara ganha novo ímpeto após a operação da Polícia Federal que investigou emendas parlamentares, envolvendo a ex-assessora do deputado Arthur Lira, Mariângela Fialek, autorizada pelo ministro do STF, Flávio Dino. O episódio agravou o clima de conflito entre os Poderes.

Impacto nas relações políticas e nas manifestações

Este não é o primeiro episódio de manifestações contra Motta. Na votação da PEC da Blindagem, aliados da esquerda também realizaram atos de protesto. Em junho, após a derrubada do decreto do governo sobre o IOF, uma campanha marcada por retórica de “nós contra eles” ampliou o desgaste do parlamentar.

Fragilidade interna de Motta e dificuldades no diálogo

Um aliado próximo afirma que as relações da Câmara com o governo e o STF estão no pior momento. Ele acredita que, com essa postura de confronto, nenhum projeto deve avançar, e que Motta, hoje, está com sua credibilidade interna fragilizada.

Repercussões e perspectivas

Aliados do presidente da Câmara fizeram chegar recados ao Executivo sobre a insatisfação, além de criticarem a baixa execução das emendas parlamentares, o que também pode afetar a tramitação de propostas neste ano eleitoral. Mesmo assim, há otimismo na área econômica do governo quanto à aprovação de projetos que aumentam arrecadação, como a redução de benefícios fiscais.

No âmbito político, o PT, por meio do presidente Edinho Silva, reforçou o respeito por Motta e Davi Alcolumbre, mas criticou a agenda do Congresso, a qual considera impopular e que provoca instabilidade institucional. Segundo Silva, o PT busca atuar no diálogo e na pacificação, sem deixar de defender suas posições tradicionais.

O cenário, portanto, indica um momento de alta tensão e possíveis obstáculos para a aprovação de medidas essenciais – o que pode impactar o andamento do governo e a estabilidade do parlamentarismo no país.

Fonte: O Globo

Com informações do Jornal Diário do Povo

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