Correios prorrogam acordo com funcionários até fevereiro de 2026
A direção dos Correios prorrogou novamente o acordo coletivo de trabalho (ACT), que venceria em 15 de dezembro, até 28 de fevereiro de 2026. A decisão foi tomada após negociação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pedido da estatal e será submetida às assembleias de trabalhadores na próxima terça-feira.
Manutenção de direitos e negociações em andamento
Segundo comunicado interno, todas as cláusulas do acordo vigente permanecem em vigor até a nova votação. Entre elas, estão o auxílio creche, auxílio especial e o adicional de 70% nas férias. A única exceção é o crédito extra no vale refeição/alimentação, já pago integralmente aos funcionários.
O documento reforça que, devido às condições financeiras atuais, a empresa não tem condições imediatas de assumir novos custos, mas que discussões podem ser reapreciadas futuramente. “Conforme a evolução dos cenários e estudos, questões específicas poderão ser revistas no âmbito da mediação do TST”, afirma o comunicado.
Cenário financeiro e tentativas de reestruturação
O ACT foi fechado pela gestão anterior e venceu em agosto, sendo prorrogado diante da crise financeira que afeta os Correios. Entre as cláusulas, há previsão de reajuste salarial e benefícios pela inflação, retroativos a agosto.
Além disso, a estatal busca flexibilizar cláusulas de benefícios acima do mínimo da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como o adicional de férias, que atualmente é superior ao praticado em outras empresas.
Possível greve e ações judiciais
Os Correios acionaram o TST devido ao indicativo de greve dos trabalhadores, prevista para começar em 16 de dezembro. Caso a paralisação seja aprovada, o tribunal poderá criar medidas para evitar a interrupção dos serviços, prejudicando ainda mais a estatal.
Empréstimo de até R$ 20 bilhões e estratégias financeiras
Enquanto isso, a direção da estatal trabalha para conseguir um empréstimo com bancos, diante da resistência do Tesouro em aportar recursos públicos. As instituições financeiras têm até esta sexta-feira para enviar propostas com condições comerciais.
A nova oferta de crédito, aberta na última quarta-feira, visa captar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões — inicialmente foi solicitada uma quantia de R$ 20 bilhões. Os recursos são necessários para equilibrar a caixa até o fim deste ano e de 2026.
A operação envolverá bancos públicos, incluindo Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, seguindo determinação do governo. O empréstimo está condicionado a um plano de reestruturação que prevê cortes de gastos e aumento de receitas para que os Correios voltem a lucrar em 2027.
Desafios na captação de recursos
A proposta de financiamento foi recusada pelo Tesouro por exceder o padrão de 120% do CDI, taxa comum em operações com aval do governo. Na última rodada, bancos como Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra ofereceram juros equivalentes a 136% do CDI.
Internamente, a expectativa é de que a operação seja concluída ainda nesta semana, com o envio do projeto para aprovação do Tesouro na segunda-feira, para viabilizar os recursos essenciais para a continuidade das atividades dos Correios.
Enquanto isso, o futuro do acordo salarial e as estratégias de recuperação financeira permanecem em debate, com negociações e ações judiciais em andamento.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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