Jovens enfrentam desafios e mudanças na volta ao escritório

Dados recentes indicam que, apesar de resistirem à proposta de trabalho totalmente remoto, os jovens profissionais também demonstram interesse em estar no escritório por motivos de carreira e socialização. Pesquisas do Federal Reserve Bank de Nova York e universidades como Harvard revelaram que o trabalho remoto impacta o desenvolvimento de jovens trabalhadores, que recebem menos treinamento e poucas oportunidades de avanço.

Desafios do trabalho remoto para jovens profissionais

Segundo os estudos, jovens talentos tendem a trabalhar mais no escritório do que os mais velhos, buscando contato direto para aprender e receber feedback. Aerlice LeBlanc, analista de TI de 30 anos, explicou que na pandemia ela se sentia mais confortável trabalhando em casa, mas passou a sentir falta da interação social e da mentoria presenciais.

Ela afirmou: “Eu tinha a sensação de que havia conversas acontecendo no trabalho, sobre assuntos do trabalho, das quais eu não fazia parte porque não estava fisicamente lá.” Em 2023, Aerlice já frequenta o escritório alguns dias por semana, mesmo antes de a obrigatoriedade entrar em vigor.

Retorno ao escritório e impacto nas carreiras

LeBlanc, assim como outros jovens, busca mais oportunidades presenciais para aprender, fazer perguntas e estabelecer relacionamentos profissionais. Uma pesquisa do New York Times revelou que muitos trabalhadores de até 30 anos preferem o trabalho remoto, mas reconhecem que a presença física ajuda no desenvolvimento de habilidades e na progressão na carreira.

Kenneth Sullivan, engenheiro de 30 anos, disse que sentia dificuldades em obter ajuda e que o contato presencial facilitava essa troca. “Quando eu fazia perguntas, era fácil conseguir alguém para ajudar”, afirmou. Ainda assim, alguns relatórios apontam que o trabalho remoto pode contribuir para o aumento do desemprego entre jovens recém-formados, devido à maior relutância dos empregadores em contratar para funções remotas ou híbridas.

Consequências do trabalho remoto na formação e retenção

Pesquisas apontam que a falta de mentorias e treinamentos presenciais prejudica o crescimento dos jovens e diminui as chances de promoção. Emma Harrington, autora do estudo, destacou que a interação física também influencia na retenção: “A menor oferta de mentoria torna os jovens menos propensos a trocar de emprego”.

Empresas de grande porte, como JPMorgan, intensificaram o retorno ao escritório, citando a importância do contato direto para a evolução profissional. Jamie Dimon, CEO do banco, afirmou que “a geração jovem está sendo prejudicada por isso”, reforçando a preocupação com a desigualdade gerada pela preferência pelo trabalho presencial.

Tendências e expectativas futuras

Dados do mercado indicam que mais da metade das empresas da Fortune 100 solicitam que funcionários de mesa trabalhem cinco dias na semana no escritório, contra apenas 5% em 2023. A esperança de muitos jovens em manter o equilíbrio do trabalho remoto se mantém, mas a tendência é que o retorno ao presencial seja e maior quanto mais cedo se avizinha a adoção de mandatos mais rígidos no ambiente corporativo.

Para alguns profissionais, como Forrest Hall, analista de dados de 24 anos, a experiência presencial ajuda na integração e no desenvolvimento de habilidades. “Quando eu fazia perguntas, era fácil conseguir que alguém me ajudasse”, comentou, ressaltando a vantagem de estar no escritório para o crescimento profissional.

Entretanto, estudos apontam que há alto custo na adoção do trabalho híbrido para jovens, incluindo menor desenvolvimento de carreira, dificuldades de mentoria e aumento do desemprego. Constatam também que a distância social e as dificuldades de relacionamento, sem o contato presencial, podem dificultar a inclusão e o progresso desses trabalhadores na fase inicial de suas carreiras.

Para saber mais sobre as tendências do mercado de trabalho e os impactos do home office, acesse o artigo completo no Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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