Inflação abaixo do esperado reacende expectativas de corte de juros no Brasil
A inflação brasileira surpreendeu positivamente ao registrar uma desaceleração, especialmente em itens como habitação e alimentação, aponta o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre. A inflação no domicílio, que vinha crescendo, recuou pelo sétimo mês consecutivo, com destaque para a redução do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%).
Queda dos preços alimentícios e cenário de inflação
Segundo Braz, as projeções oficiais indicavam uma alta de 0,07% para alimentos e bebidas, mas o índice fechou em aumento de apenas 0,01%. Para a alimentação no domicílio, a expectativa era de uma redução de 0,12%, porém a queda foi de 0,16%. Já na habitação, o recuo previsto de 0,20% foi superado, chegando a 0,30%. Essas tendências reforçam a expectativa de uma inflação abaixo do teto da meta, o que seria inédito em 2025.
Até abril, a projeção do mercado apontava para uma inflação próxima de 6% em 12 meses — o dobro do teto de 3%. Agora, há a possibilidade de o índice fechar o ano dentro do intervalo de tolerância, indicando uma mudança significativa no cenário econômico, segundo André Braz.
Perspectivas para o ciclo de juros
O economista Gustavo Rostelato, da Armor Capital, comenta que a possibilidade de o Banco Central sinalizar corte de juros em janeiro depende de evidências concretas de desaceleração na inflação e na atividade econômica até dezembro. Ele destaca que, apesar do arrefecimento nos preços, a inflação de serviços ainda representa um desafio para o BC. “Seriam necessárias novas surpresas baixistas na inflação para mudar a indicação atual. E isso precisaria se repetir em relação à atividade econômica, que está moderada, mas dentro do cenário traçado pelo BC”, afirma Rostelato.
De acordo com o especialista, a tendência aponta para início do ciclo de corte de juros mais provável em janeiro, com possibilidade de avanço para março, dependendo dos próximos dados econômicos. O documento do BC divulgado recentemente, entretanto, mantém um discurso de cautela devido à persistência de pressões inflacionárias em alguns setores.
Expectativas de inflação para o restante de 2025
Andrea Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, concorda que alguns serviços ligados à renda e ao emprego continuam mostrando alta, dificultando a redução da inflação. Contudo, ela projeta um IPCA de 4,3% ao final de 2025, abaixo do intervalo de tolerância da meta de 4,5%, indicando um cenário otimista para o controle inflacionário.
Para mais detalhes sobre as projeções e o cenário econômico atual, acesse o artigo na Globo.
Com informações do Jornal Diário do Povo
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