Ibovespa atinge novo recorde e dólar fecha em queda

O Ibovespa renovou seu recorde nesta segunda-feira (10), encerrando o dia acima dos 155 mil pontos, em esperança de um possível acordo entre republicanos e democratas nos Estados Unidos. A Bolsa fechou aos 155.257 pontos, com alta de 0,77%, marcando uma sequência de recordes inédita desde 1994. Nesse mesmo contexto, o dólar apresentou queda, fechando a R$ 5,30, o menor valor em quase dois meses.

Fatores que impulsionaram o mercado nesta segunda-feira

O movimento do dia foi fortemente influenciado por boas notícias do exterior, especialmente a possibilidade de um acordo para encerrar o shutdown mais longo da história recente dos EUA, que completa 41 dias nesta semana. Segundo Ricardo Benaderet, gestor de fundos do Andbank, essa expectativa de resolução gera otimismo internacional e aumenta o apetite ao risco.

Impacto do shutdown na economia americana

De acordo com Benaderet, durante o impasse, o Federal Reserve (Fed) fica sem dados oficiais essenciais para a elaboração da política monetária, o que prejudica o mercado. “Quando há o shutdown, demora de 15 a 20 dias para os dados começarem a ser divulgados novamente, dificultando a tomada de decisão do Fed”, explica. Assim, a expectativa de que o acordo seja concretizado anima os investidores a assumirem mais riscos, inclusive em mercados emergentes.

O cenário global e o apetite por risco

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, afirma que a volta às atividades das autarquias americanas que estavam com recursos bloqueados reforça um cenário mais otimista para a economia dos EUA. Isso, por sua vez, favorece a recuperação dos mercados internacionais e do Brasil, que tem atraído investidores em busca de alternativas aos EUA, devido à menor aversão ao risco.

Contexto internacional e estratégias de investimento

Além dos fatores externos, a sequência de máximas na Bolsa brasileira também é impulsionada por resultados empresariais positivos, uma melhora nas negociações comerciais globais, especialmente com a China, e uma política de juros mais baixa. Isabel Lemos, gestora de renda variável do Fator, destaca que múltiplos de avaliação mais baixos tornam a Bolsa brasileira mais atrativa, com potencial de retorno acima do esperado.

Segundo ela, o valuation do mercado atualmente está em oito vezes o lucro, abaixo da média histórica de 11 vezes, indicando que as ações podem gerar retorno mais rápido e maior para os investidores.

Brasileiro também se beneficia com a taxa de câmbio

O dólar encerrou a segunda-feira em R$ 5,30, uma desvalorização de 0,55%, o menor valor desde 17 de setembro. A preferência internacional por ativos emergentes, combinada com o aumento do apetite ao risco devido às notícias dos EUA, contribuiu para a valorização do real. Além disso, o impacto do diferencial de juros entre o Brasil e outros países favorece operações de carry trade, fortalecendo o real e atraindo investimentos estrangeiros.

Medidas do Banco Central

Benaderet ressalta que, neste período de aproximação do fim do ano, o Banco Central pode atuar para evitar perdas excessivas na moeda nacional, com possíveis intervenções no mercado cambial. A atual taxa Selic, em 15%, combinada com o cárrego positivo, eleva o incentivo para investimentos em renda fixa com juros elevados.

Perspectivas para o mercado

Segundo analistas, a expectativa é de que a resolução do impasse nos EUA e o cenário de menor risco para a economia global continuem impulsionando a alta do Ibovespa, além de manter o dólar em patamares favoráveis ao Brasil. O movimento de longo prazo também é sustentado por avaliações positivas sobre o potencial de crescimento das empresas locais e o valuation atraente, que sinaliza possibilidades de retorno melhor para os investidores.

Para saber mais detalhes sobre o comportamento do mercado nesta segunda-feira, acesse a matéria completa no site do Globo.

Com informações do Jornal Diário do Povo

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