Sindicato cobra explicações do Nubank após demissões relacionadas a mudança no trabalho remoto
O Sindicato dos Bancários de São Paulo exigiu esclarecimentos do Nubank após a demissão de 12 funcionários na última sexta-feira, um dia após anúncio de mudança no modelo de trabalho remoto. A medida ocorreu pouco depois de uma reunião online com mais de 7 mil empregados, na qual foi divulgado um cronograma para retorno gradual ao presencial.
Demissões relacionadas à manifestação contrária à mudança?
Segundo denúncia recebida pelo sindicato, as demissões teriam sido uma retaliação por manifestações contrárias às novas diretrizes adotadas pelo banco digital. A comunicação, enviada pelo fundador e CEO do Nubank, David Vélez, na semana passada, detalhava o plano de transição para um modelo híbrido, que exige a presença em escritórios por dois dias semanais até julho de 2026 e três dias a partir de janeiro de 2027. A matéria relata que o anúncio motivou uma reunião para esclarecer a mudança.
O Nubank contesta essa versão, afirmando que os desligamentos ocorreram devido a comportamentos considerados inadequados desses funcionários durante a reunião virtual. Em comunicado oficial, a empresa destacou que todas as demissões foram por justa causa, relacionada a atitudes durante o evento, e não por razões relacionadas ao retorno presencial.
Reivindicações e postura do sindicato
A presidente do sindicato, Neiva Ribeiro, afirmou que a entidade pretende esclarecer se houve retaliação às manifestações contrárias às mudanças. “Recebemos a denúncia e buscamos diálogo com a direção do Nubank para entender se a punição foi uma retaliação por manifestação de discordância”, comentou. Além disso, a entidade reforçou que “não deve haver retaliação contra quem apenas se manifestou” e cobrou transparência na justificativa para dispensas.
O sindicato também pretende discutir a mudança no regime de trabalho com os próprios funcionários. Uma reunião virtual está agendada para a próxima quarta-feira, na qual os trabalhadores poderão expressar suas dúvidas e preocupações sobre o novo modelo. “Queremos ouvir os trabalhadores, suas dúvidas e os desafios que enfrentarão com o novo regime”, afirmou Lucimara Malaquias, secretária-geral da entidade.
Plano de transição gradual e novos escritórios
Vélez explicou na carta aos funcionários que a transformação do modelo de trabalho integra um processo de “reajuste natural” do crescimento do banco, que, nos últimos cinco anos, adotou um modelo predominantemente remoto. O plano é que, a partir de 1º de julho de 2026, os colaboradores retornem ao ambiente presencial pelo menos dois dias por semana, chegando a três dias até janeiro de 2027, mantendo dois dias em home office.
O CEO reconhece que a mudança pode gerar dificuldades para trabalhadores que moram longe dos escritórios ou ingressaram na fintech esperando a flexibilidade do home office. Para minimizar o impacto, a empresa planeja abrir novas unidades em São Paulo, facilitando o deslocamento dos funcionários.
Controle de conduta e critérios de dispensa
A empresa reforçou seu compromisso com o respeito e a comunicação aberta, afirmando que mantém canais de diálogo e que não tolera desrespeito ou violações de conduta. Segundo o Nubank, todas as demissões recentes ocorreram por motivos disciplinares, relacionados a comportamentos considerados inadequados durante a reunião virtual, e não têm relação com a política de retorno ao presencial.
Próximos passos e expectativas
O sindicato anunciou que continuará reivindicando transparência nas ações do banco e que solicitará maior participação dos funcionários no processo de implementação das mudanças. A expectativa é de que a discussão sobre o novo modelo de trabalho gere debates futuros, com a intenção de garantir o direito de manifestação dos trabalhadores.
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Com informações do Jornal Diário do Povo
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